Dentro de cinco anos, 72% da frota mundial de navios de cruzeiro estará preparada para ser abastecida de energia eléctrica a partir de terra (“cold ironing”), revela a CLIA.
Os dados constam do “Relatório Global de Tecnologias e Práticas Ambientais da Indústria de Cruzeiros 2023”, produzido e divulgado pela CLIA, que trata de demonstrar o investimento crescente das companhias de cruzeiros na descarbonização e na redução dos impactos ambientais da actividade.
Segundo o relatório, as companhias membros da associação têm encomendados 44 novos navios para os próximos cinco anos, representando um investimento de 62 mil milhões de dólares desde 2019.
Desses navios, 25 serão alimentados a GNL e outros sete estarão equipados para operarem a metanol ou preparados para fazerem essa transição.
A associação sublinha, por isso, “o número de programas-piloto de combustíveis alternativos e os ensaios actualmente em curso com navios de cruzeiro”, bem como “um número crescente de navios que irão navegar e serão lançados ao mar nos próximos cinco anos” e que irão usar “combustíveis alternativos ou que poderão vir a incorporar combustíveis com zero emissões de carbono quando estes estiverem disponíveis”.
Mais: actualmente 171 navios, o equivalente a 60% da frota em operação já estão equipados com sistemas de monitorização da eficiência energética e ambiental.
No que toca à redução das emissões dos navios de cruzeiros enquanto estão atracados nos portos (uma questão que tem motivado muita polémica), a CLIA destaca no relatório que actualmente 120 navios da frota mundial já estão preparados para ser alimentados de energia eléctrica a partir de terra.
Nos próximos cinco anos, esse número deverá crescer para 210 navios, ou 72% da frota, fruto das novas construções e de reconversões de unidades existentes.
Em contraste, actualmente apenas 32 portos (2% do total) têm pelo menos um cais preparado para fornecer energia eléctrica aos navios.
A CLIA assumiu para 2035 o compromisso de serem utilizados nesses portos apenas navios capazes de serem abastecidos a partir de terra, ou utilizando combustíveis de emissões zero.
Os esforços de redução da pegada ecológica da indústria de cruzeiros passam também pelo tratamento das águas residuais, sublinha a associação, sustentando que 202 navios (77% da frota) já estão equipados com sistemas avançados para o efeito.