A CMA CGM regressou aos lucros no primeiro trimestre, à custa da recuperação das tarifas, mas antecipa que o resto do ano vai ser pior.
A melhoria dos resultados no primeiro trimestre (face ao último trimestre de 2023) deveu-se, por um lado, ao aumento da procura, e, por outro lado, à crise do Mar Vermelho, justificou a CMA CGM.
Porém, se no arranque de 2024 o desvio de navios do Ásia – Europa para a Rota do Cabo mitigou os efeitos na entrada no mercado de muitos navios navios, “chegará um ponto em que os desvios em torno do Cabo da Boa Esperança não serão suficientes para absorver este excesso de capacidade”, avisou o CFO do grupo francês.
A frota global de navios porta-contentores deverá crescer 10% este ano e a maioria ainda está para entrar no mercado. “Isso trará excesso de capacidade na indústria de carga marítima”, acrescentou Ramon Fernandez.
Facto é que no primeiro trimestre, a CMA CGM transportou 5,6 milhões de TEU (mais 11,7% em termos homólogos), mas as receitas recuaram 11,4% para 7,8 mil milhões de dólares. O EBITDA caiu 35,8% para 1,95 mil milhões de dólares, com a margem a recuar 9,4 p.p. para 24,8%.
O trimestre ficou marcado pela extensão da OCean Alliance até 2032 e pela compra da Bolloré Logistics (a maior da história do grupo).
Juntas, a CEVA e Bolloré catapultam a CMA CGM para o top dos operadores logísticos mundiais. Mas os seus efeitos ainda não se notaram nos resultados apresentados.
No primeiro trimestre de 2024, o negócio da logística atingiu um volume de receitas de 3,9 mil milhões de dólares (mais 0,6% em termos homólogos), com o EBITDA a crescer 6,9% até aos 361 milhões (+6,9%) e a margem a fixar-se nos 9,3% (+0,6 p.p.).
Em termos consolidados, o grupo anunciou um resultado líquido de 785 milhões de dólares (longe dos dois mil milhões de há um ano), com receitas de 11,8 mil milhões (-7%), EBITDA de 2,4 mil milhões (-30,3%) e margem de 20,2% (-6,8 p.p.).