O Presidente francês sugeriu a suspensão dos grandes investimentos europeus nos EUA, em resposta ao aumento das tarifas alfandegárias por Donald Trump, colocando sob pressão os planos da CMA CGM.
Sem referir qualquer investimento em particular, o Presidente Macron disse, citado pelos media internacionais, perante empresários e políticos gauleses, que “investimentos anunciados nas últimas semanas devem ser suspensos enquanto a situação com os EUA não for clarificada”.
“Qual seria a mensagem se grandes players europeus investissem biliões de euros na economia dos EUA no preciso momento em que nos estão a atacar?”, justificou.
Ora, a CMA CGM, um dos porta-estandartes da economia francesa, anunciou há cerca de um mês um plano de investimentos de 20 mil milhões de euros nos EUA, num horizonte de quatro anos.
Em causa estará a construção de navios em estaleiros norte-americanos, novos terminais, novas plataformas logísticas e um novo hub de carga aérea, com a criação de milhares de postos de trabalho.
Curiosamente, o anúncio da CMA CGM surgiu pouco depois de ser conhecida a intenção da Administração de Donald Trump de penalizar os operadores marítimos chineses, ou os que escalem portos norte-americanos com navios construídos na China, ou que tenham encomendados navios aos estaleiros de Pequim.
Ontem, como prometido, o Presidente norte-americano anunciou uma vaga de tarifas alfandegárias sobre a maioria dos principais parceiros comerciais de Washington. No caso da União Europeia, a tarifa generalizada será de 20% (a acrescer às já anunciadas, por exemplo, para os automóveis made in Europa).