Novos navios, novos terminais, novas plataformas logísticas, um novo hub de carga aérea. A CMA CGM dispõe-se a reforçar a presença nos EUA, onde está há 35 anos.
Nem de propósito. Num momento em que Donald Trump aposta em reforçar a actividade marítima dos EUA, para combater o alegado domínio da China, a CMA CGM anunciou um plano de investimentos de 20 mil milhões de dólares nos States, num horizonte de quatro anos. Objectivos: apoiar a economia, facilitar as exportações e criar postos de trabalho para os norte-americanos…
O grupo dono da APL (American President Lines) propõe-se, desde logo, expandir a frota da companhia norte-americana com a inclusão de 30 novos navios (presume-se que construídos em estaleiros locais). Mas não só. Anunciados foram também investimentos em terminais de contentores nas duas costas dos EUA, nos portos de Nova Iorque, Los Angeles, Dutch Harbour, Houston e Miami.
Os planos da CMA CGM incluem ainda criação de uma rede de 400 plataformas logísticas para cobrir todo o território dos EUA e, last but not the least, o estebelecimento de um hub de carga aérea em Chicago, dotado com cinco B777 cargueiros… voados por pilotos norte-americanos, refere o comunicado.
O plano prevê, assim, a criação de dez mil postos de trabalho, que se juntarão aos 15 mil que a CMA CGM já emprega no país, em localizações em 40 estados.
“Estou orgulhoso de dar continuidade ao nosso relacionamento de longa data com os Estados Unidos por meio deste compromisso de US$ 20 mil milhões para o futuro marítimo e as capacidades logísticas do país. Nos próximos quatro anos, aumentaremos significativamente a nossa frota com bandeira dos EUA, expandiremos a capacidade dos principais portos de contentores em ambas as costas, desenvolveremos armazenagem de última geração em todo o país e estabeleceremos um importante centro de carga aérea em Chicago. Isso criará 10.000 novos empregos americanos e fortalecerá ainda mais nossa parceria com clientes e autoridades públicas americanas”, resumiu Rodolphe Saadé, presidente e CEO do Grupo CMA CGM, citado em comunicado.
Já esta semana, a MSC, a BlackRock e a GIP compraram a maioria da Huchison Ports, incluindo os dois terminais nas entradas do Canal do Panamá, cujo controlo por uma empresa chinesa estava a ser contestado pelo Presidente dos EUA.