Apesar de ter transportado mais contentores, a CMA CGM sofreu uma quebra de 52% nas receitas no terceiro trimestre, em termos homólogos.
Entre Julho e Setembro, a CMA CGM transportou 5,72 milhões de TEU, 0,9% acima do realizado no terceiro trimestre de 2022, sustentado pelos volumes nos tráfegos Norte – Sul e de short sea.
Contudo, sofreu com a depreciação dos fretes, que se ficaram pelos 1 322 dólares/TEU em média, e que atiraram as receitas do negócio do shipping para os 7,6 mil milhões de dólares, longe dos 15,7 mil milhões de há um ano.
Na mesma linha, e com os custos operacionais sob pressão altista, o EBITDA caiu 81,6%, para 1,6 mil milhões de dólares (8,7 mil milhões, no terceiro trimestre do ano passado). A margem caiu 34,1 pontos percentuais para 21%.
Em termos consolidados, o grupo CMA CGM realizou no terceiro trimestre receitas de 11,4 mil milhões de dólares (-42,6%) e um resultado líquido de 388 milhões de dólares (sete mil milhões há um ano). O EBITDA caiu 78,2% e a margem ficou-se pelos 17,5% (46% no período homólogo).
Os negócios da logística, em que o grupo tem investido fortemente, também sofreram, mas resistiram melhor, com uma quebra de 15,4% no volume de receitas (3,7 mil milhões de dólares) mas com a margem de EBITDA a subir 1,2 pp para 9,5%.
Comentando os resultados, Rodolphe Saadé, presidente e CEO da CMA CGM, destacou a “performance muito sólida” do grupo, “a confirmar a relevância da nossa estratégia de crescimento nos terminais e na logística”, num contexto de regresso às condições pré-pandemia.
Para o futuro próximo, a CMA CGM espera um crescimento do comércio global em 2024, mas com os fretes sob pressão por causa da entrada no mercado de mais capacidade.
A CMA CGM investiu até ao momento mais de 17 mil milhões de dólares em perto de 120 navios alimentados a GNL e metanol, a serem entregues até 2027.