A CMA CGM decidiu que nenhum dos seus navios utilizará a Passagem do Noroeste, pelo Ártico, apesar das vantagens que pode representar.
O anúncio foi feito pelo CEO da CMA CGM, Rodolphe Saadé, na cimeira do G7, que hoje termina em Biarritz (França).
“Com esta decisão, a CMA CGM faz a escolha resoluta para proteger o meio ambiente e a biodiversidade do planeta, apesar da grande vantagem competitiva que esta rota representa para as companhias de navegação”, afirma o executivo, citado em comunicado.
A Rota do Mar do Norte, ao longo da Sibéria, pelo Ártico, está a tornar-se navegável devido às alterações climáticas e várias são já as companhias de navegação a posicionar-se para tirar partido do caminho mais curto entre a Ásia e o Norte da Europa.
Desde a companhia recordam que “a utilização da Rota Marítima do Norte representará um perigo significativo para os ecossistemas naturais únicos desta parte do mundo, principalmente devido às inúmeras ameaças colocadas por acidentes, poluição por hidrocarbonetos ou colisões com a fauna marinha”.
Mega-navios a GNL
O grupo francês anunciou, além disso, que vai continuar a procurar opções ambientalmente mais amigáveis para a sua frota, actualmente com 500 navios, a começar pelo gás natural liquefeito (GNL). A CMA CGM indica que este combustível reduz as emissões de enxofre e partículas finas em 99%, as emissões de óxidos de nitrogénio em 85% e as emissões de dióxido de carbono em até 20%.
Em causa estão nove navios com capacidade para até 23 mil TEU. O primeiro tem entrega prevista para 2020. Até 2022, a companhia terá 20 embarcações movidas a GNL em frota.
O armador acrescenta que continua, além disso, a estudar outras fontes de energia, recordando o teste bem-sucedido, em Março passado, com biocombustível no porto de Roterdão com o navio de 5 095 TEU CMA CGM White Shark. A companhia está, além disso, a estabelecer parcerias e a aferir da possibilidade de desenvolver o hidrogénio como solução energética de longo prazo.
O grupo CMA CGA indica ter reduzido as suas emissões de CO2 por contentor transportado em 50% entre 2005 e 2015. O objectivo é reduzir essas emissões em mais 30% até 2025.