A CMA CGM registou um prejuízo consolidado de 90 milhões de euros no último trimestre de 2023, fechando o ano com um lucro de 3,6 mil milhões, numa quebra homóloga de 85%.
O Grupo CMA CGM atingiu no ano passado um volume de receitas de 47 mil milhões de dólares (menos 36,9% face a 2022), um EBITDA de nove mil milhões (menos 72,9%) e uma margem EBITDA de 19,2% (menos 25,5 p.p.)..
No negócio do shipping, a CMA CGM sofreu, como os demais, com a forte deterioração dos fretes (no seu caso, menos 47%, para um valor médio de 1 437 dólares/TEU).
E, todavia, os volumes carregados até subiram marginalmente (0,5%) para um total de 21,85 milhões de TEU.
Em consequência, as receitas globais caíram 46,7%, para 31,4 mil milhões de dólares, enquanto o EBITDA afundou 76,6% para 7,4 mil milhões de dólares (a margem perdeu 30,1 p.p. para 23,6%).
Melhor foi a performance do negócio da logística, com o volume de receitas a ceder apenas 5,5% para 15,2 mil milhões de dólares e o EBITDA a avançar 12,5% até aos 1,4 mil milhões de dólares (margem de 9%, ou +1,4 p.p.).
“À medida que o nosso sector se normalizava, o desempenho do Grupo permaneceu sólido em 2023. As condições do mercado de transporte marítimo deterioraram-se progressivamente durante o ano. Os nossos resultados caíram conforme esperávamos. A logística, por outro lado, mostrou-se mais resiliente e representa uma parte significativa do nosso negócio. O nosso Grupo assenta agora em dois pilares sólidos, que nos permitirão enfrentar as mudanças cíclicas de forma mais eficiente. Apoiados na nossa solidez financeira e no empenho dos nossos colaboradores, continuaremos a investir na transformação do Grupo, nomeadamente na descarbonização e na inteligência artificial, de forma a prosseguir o nosso desenvolvimento sustentável e rentável”, comentou Rodolphe Saadé, Presidente e CEO do Grupo CMA CGM.
Quanto a previsões para 2024, o grupo gaulês não avançou números. Espera uma recuperação lenta do comércio mundial de bens (dos mínimos de 2023), mas também uma pressão em baixa sobre os fretes por causa ao crescimento da oferta de capacidade superior à procura. E, claro, há a instabilidade provocada pelas tensões geo-políticas…