A Schenker Transitários não desistiu de usar o comboio para transportar cargas entre Portugal e a Alemanha. O serviço deverá ser relançado em Maio, agora numa versão rodo-ferroviária, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o director comercial da filial portuguesa da DB Schenker.
O “comboio da Autoeuropa”, como foi baptizado pelos media, deixou de circular na primeira quinzena de Janeiro. Por causa da “baixa rentabilidade” e por “questões operacionais, alheias à Schenker Transitários, que reduziam a qualidade do serviço”, justificou Jorge Carvalho.
Desde então, o transporte das cargas tem sido assegurado por via rodoviária. Mas a intenção é “reiniciar a actividade durante o mês de Maio, mas em moldes em diferentes”. Ou seja: “as mercadorias serão transportadas até à estação de Hendaye, por via rodoviária, e transferidas para o comboio que as transportará até à Alemanha”, anunciou aquele responsável.
As “questões operacionais” que afectaram o serviço ao ponto de ditarem a sua suspensão terão acontecido precisamente em território francês. A renova aposta no comboio entre Hendaye e a Alemanha pode, por isso, causar estranheza. Mas Jorge Carvalho justifica-a com os diferentes “estatutos” das ligações. Assim:
“As ligações além-Pirenéus há muito existentes e efectuadas pela DB atingiram um estatuto de “privilégio” nos corredores, que raramente são afectadas pelas obras, o que não acontecia com a nossa, que por ter pouca “história” e “estatuto” era frequentemente afectada, provocando atrasos e respectivos custos inerentes que a Schenker em Portugal não conseguiu contornar”.
O director comercial da Schenker Transitários admite que os percalços do serviço tenham minado a confiança de alguns clientes na solução, mas garante que “acreditamos na viabilidade efectiva deste tipo de transporte [ferroviário entre Portugal e além-Pirinéius]. Certo é que ainda há poucos dias um dirigente da Autoeuropa reafirmou o interesse numa solução ferroviária para a Alemanha.
O comboio da Schenker Transitários entre Portugal e a Alemanha “esteve em operação, números redondos, durante dois anos”, chegou a experimentar as duas ligações semanais e “atingiu o break-even na segunda metade de 2013”, sublinhou Jorge Carvalho.