A inclusão do shipping no esquema europeu de comércio de emissões pode ter graves consequências para o porto de Sines, alerta a PSA, concessionária do terminal de contentores.
A notícia é avançada pelo espanhol “Diário del Puerto”. No âmbito de uma consulta pública promovida pela Comissão Europeia sobre os denominados “portos vizinhos de transbordo”, a PSA alertou para as “consequências catastróficas sociais e económicas” se não foram tomadas medidas de protecção aos portos de transbordo, como é o caso de Sines.
Segundo a PSA, acrescenta o media espanhol, as medidas introduzidas na Directiva para mitigar o perigo de “fuga” de tráfegos para portos exteriores à UE terão sido consideradas ineficientes em estudos posteriores.
Os portos europeus do Sul serão os mais expostos à fuga de contentores de transbordo para portos do Norte da Europa, com as companhias a tentarem evitar custos face à concorrência.
A MSC reforça os argumentos da PSA ao considerar que “aos portos de transbordo extra-comunitárias foi dada uma vantagem económica substancial, enquanto os portos de contentores da UE, como Valência, Las Palmas, Barcelona, Sines, Malta ou Gioia Tauro enfrentarão importantes sobrecustos de escala para as companhias de navegação”.
A companhia número um mundial no transporte marítimo de contentores, que tem em Sines um dos seus hubs, estima em 13,8 milhões de euros o sobrecusto anual das escalas de um navio de 8 000 TEU nos portos europeus, face à utilização de portos extra-comunitários.
A MSC sugere, por isso, entre outras medidas, que se avalie a possibilidade de uma isenção da aplicação das novas regras comunitárias até 2028, para quando a IMO tem previsto definir regras globais para as licenças de emissões que abranjam todos os países e portos.
A Comissão Europeia decidiu este ano incluir o shipping no esquema europeu de comércio de emissões (ETS), com aplicação a 1 de Janeiro de 2024.