Em vez dos lucros de 9,1 mil milhões de dólares, previstos pela IATA, o sector da aviação comercial poderá somar novos prejuízos este ano. Tudo por causa da alta do combustível.
As previsões da IATA para este ano assentam, entre outros pressupostos, numa cotação média do preço do barril do petróleo na casa dos 84 dólares. A Agência Internacional de Energia (AIE) aponta para um valor médio de 90 dólares e os analistas falam num intervalo entre os 90 e os 93 dólares. Mas hoje já se aproxima dos 120.
A estimativa de 9,1 mil milhões de euros de lucros representa uma quebra de 40% relativamente aos resultados históricos alcançados pelo sector em 2010. Mas cada dólar a mais na cotação media do crude custa às transportadoras áreas da IATA uns 1,6 mil milhões de dólares.
A partir daqui é fácil fazer as contas. A diferença entre as previsões da IATA e da AIE, a verificar-se, custará às companhias aéreas 9,6 mil milhões de dólares. Mais do que os lucros previstos. E a partir daí as coisas só tenderão a piorar.
O combustível é um factor determinante para os resultados das companhias, uma vez que representa já cerca de 27% dos custos totais. A factura global prevista pela IATA elevar-se-á este ano a 156 mil milhões de dólares. Mais 34 mil milhões que no ano passado.
Por outro lado, trata-se de um factor que não é controlável pelas empresas, e que é cada vez mais difícil compensar pelas companhias uma vez que as suas estruturas de (outros) custos já estão esmagadas ao máximo.
Até ao momento a IATA ainda não se pronunciou sobre a escalada do preço do petróleo, consequência da instabilidade no Norte de África e no Médio Oriente. Mas tudo aponta para que a próxima revisão dos resultados do sector não traga boas notícias.