O júri do concurso para o troço Oiã – Soure da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa decidiu excluir o consórcio Lusolav, liderado pela Mota-Engil, único concorrente.
Na decisão do júri, a proposta do consórcio não cumpre com o caderno de encargos. De acordo com o “Jornal de Negócios”, que avançou a notícia, em causa estará a adaptação da estação de Coimbra para o serviço de Alta Velocidade, com a proposta da Lusolav a não seguir “globalmente a solução técnica desenhada pela Infraestruturas de Portugal (IP)”.
A partir daqui, o consórcio da Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Conduril e Gabriel Couto terá dez dias para se pronunciar. Confirmando-se a exclusão da proposta, o concurso será anulado e terá de ser lançado novo procedimento.
O concurso para o troço Oiã – Soure (o segundo da primeira fase) da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa foi lançado em Julho do ano passado. Em Janeiro ficou a saber-se que o consórcio Lusolav foi o único a apresentar uma proposta, a exemplo do que já tinha acontecido para o troço Porto – Oiã.
A concessão em causa compreende “71 quilómetros de uma nova linha de Alta Velocidade”, “a adaptação da actual estação de Coimbra às necessidades da Alta Velocidade”, a “quadruplicação da Linha do Norte entre Taveiro e a entrada sul da estação de Coimbra”, e “uma nova subestação de tracção elétrica na zona de Coimbra e ligações da LAV à Linha do Norte, nas proximidades de Oiã, Adémia, Taveiro e Soure”.
O preço-base definido foi de 1,6 mil milhões de euros, sendo que a IP teria de desembolsar faseadamente, durante 30 anos, 4,2 mil milhões de euros ao vencedor da concessão, com cinco anos de período de desenvolvimento (concepção, projecto, construção, financiamento, manutenção) e 25 anos de disponibilização da infra-estrutura.
A ser necessário um novo concurso, a expectativa é de que ele possa ser lançado ainda no decorrer do primeiro semestre.
Não é obrigatoria a ida da AV ao centro duma cidade se houver uma boa ligação de metro. A quadruplicacao duma linha suburbana com caraterísticas de metro é, julgo, um erro grave de planeamento de tracados. Trafegos de caraterísticas dinamicas diferentes não devem misturar-se.