O arranque da construção do terminal da Medway em Lousado está agora dependente do destino a dar aos solos contaminados, que podem fazer disparar o valor do investimento.
Lançado em 2018, o maior terminal rodo-ferroviário da Península Ibérica como o anuncia a Medway, a ser construído em Lousado, continua a derrapar nos prazos e nos custos.
O último problema prende-se com o elevado teor de arsénio encontrado em alguns pontos do terreno, avançou Carlos Vasconcelos, em entrevista ao “Dinheiro Vivo”. E pode fazer disparar os custos, ao ponto de inviabilizar o investimento.
“O projeto tem concentrações de arsénio com um teor elevadíssimo em alguns pontos do terreno. (…) A APA [Agência Portuguesa do Ambiente], em termos gerais, aprovou o projecto, mas quer ter a certeza de que essas concentrações de arsénio são de origem natural e não de origem humana. Se forem de origem natural, nós podemos utilizá-las, elas têm um tratamento diferente e eventualmente poderemos utilizá-las no próprio terreno, porque há aterros que temos que fazer”, disse o líder da Medway.
Se, ao invés, houver que deslocar os inertes contaminados, “dispara o valor de investimento para números que muito provavelmente porão em risco o projecto”, concedeu.
Ainda assim, Carlos Vasconcelos disse-se optimista sobre o futuro do terminal. “Não acredito que esteja em risco porque acho que é um projecto muito importante para o país, na medida em que fica localizado no que é o terceiro maior pólo exportador do país. Tem um volume de exportação extraordinário para a Europa. Vai retirar centenas, senão milhares, de camiões da estrada. Vai estar mais próximo do Porto de Leixões e do Porto de Sines, até em termos ferroviários. E vai criar postos de trabalho, não só diretos, mas indiretos”, resumiu.
Pelo meio, Carlos Vasconcelos lembrou que “para podermos utilizar localmente [os inertes em causa], precisamos que Portugal transponha para o direito interno uma direciva europeia que já está em vigor em quase todos os países da Europa, mas o Governo português ainda não a transpôs – consta-me que estará para breve”.
O terminal de Lousado foi lançado em 2018 e formalmente apresentado no arranque de 2019, na altura com uma previsão de 35 milhões de euros de investimento e abertura para Março / Abril de 2020. Entretanto chegou a pandemia…
Em Maio de 2021, o Ambiente deu “luz verde” ao projecto e o arranque das obras foi anunciado para o terceiro trimestre, com o investimento a subir para os 63 milhões de euros.
Em Janeiro de 2022, o arranque das operações previsto para o início de 2023, mas só em Julho do ano passado a Medway se tornou formalmente proprietária dos terrenos a ocupar pela infra-estrutura.
O terminal da Medway em Lousado ocupará cerca de 22 hectares, disporá de quatro linhas com 750 metros de comprimento, parque para 11 mil TEU (incluindo refrigerados), zona de mercadorias perigosas, espaços de armazenagem e de serviços logísticos, parque seguro para camiões e oficinas.
Com ligação directa à Linha do Minho, poderá movimentar 500 mil TEU/ano e realizar 12-14 comboios/dia (assim se concretize o aumento da capacidade da linha no acesso ao Porto).
Como é tipico nos desgovernos de Costa, Portugal é sempre último pais da UE a transpor a legislacao europeia para o direito nacional, por incompetência !
Como é tipico nos desgovernos de Costa, Portugal é sempre último pais da UE a transpor a legislacao europeia para o direito nacional, por incompetência !
Que novidades existem sobre a construção do novo terminal ferroviário da Medway em Lousado ? …
Esperemos que Medway consiga despoluir para avancar na construção em Lousado do terminal ferroviário tão importante para as exportações !