A MCS Industries, fabricante norte-americana de mobiliário, formalizou junto da Comissão Marítima Federal (FMC) uma queixa contra operadores de shipping de contentores.
No processo, em que reclama 600 mil dólares, a MCS Industries sustenta que as companhias de navegação, nomeadamente a MSC e a COSCO, exploram os clientes de modo “injusto e irrazoável”.
“As companhias de navegação internacionais têm operado de forma concertada para lucrarem com a disrupção provocada pela Covid-19 à custa dos consumidores norte-americanos”, sustenta o CEO da MCS Industries na queixa apresentada à FMC.
Em causa estão os preços praticados, considerados “exorbitantes” e que multiplicam por “sete a dez vezes” os valores cobrados há dois anos. Mas também o alegado incumprimento de obrigações contratuais, com as companhias de navegação a não garantirem a capacidade previamente contratada, de modo a aumentar os lucros, refere ainda o CEO.
A MCS Industries será o primeiro carregador norte-americano a passar das palavras aos actos, ou das críticas ao recurso à Justiça contra os alegados abusos das companhias de transporte marítimo de contentores, que têm registado lucros históricos, enquanto os clientes clamam pelos prejuízos sofridos.
A queixa formalizada junto da FMC acontece num momento em que aquela entidade decidiu avançar com uma “task force” de auditores para verificar as práticas de detention and demurrage dos nove maiores players no mercado norte-americano de shipping de contentores.