A IATA está a contactar os reguladores do sector, a nível mundial, para solicitar a flexibilização das ‘slots’, até Outubro, devido à propagação do coronavírus.
Em comunicado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) lembrou que, actualmente, as regras determinam que “as companhias aéreas devem operar, pelo menos, 80% das ‘slots’ que lhes estão atribuídas”, caso contrário, perdem o direito a essas faixas durante a temporada seguinte.
Porém, em “circunstâncias excepcionais”, as autoridades de aviação podem contornar este requisito, o que, conforme apontou a associação, se justifica perante o desenvolvimento da epidemia.
“O Covid-19 [coronavírus] tem provocado um severo impacto no tráfego aéreo. As companhias têm registado um forte declínio na procura”, nomeadamente, para Itália, um dos países com mais casos de infecção, referiu.
Por outro lado, as reservas, a longo prazo, estão também a baixar, o que tem levado as companhias a atribuir licenças sem vencimento às tripulações, bem como a congelar os salários e os planos de substituição de aeronaves, explicou a IATA.
“Tendo em conta estas circunstâncias extraordinárias e a emergência da saúde pública, o colectivo do sector aéreo defende que a aplicação da regra dos 80%, na próxima temporada, é inadequada. É necessária flexibilidade para as companhias aéreas ajustarem os horários […] à procura”, vincou a IATA.
Citado no mesmo documento, o presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, sublinhou que uma pesquisa da associação veio revelar que “o tráfego entrou em colapso nas principais rotas asiáticas”, provocando impactos globais nas restantes rotas.
Para o também director-geral da IATA, “o mundo enfrenta um enorme desafio ao tentar travar a propagação do Covid-19”, sendo que “as companhias aéreas estão na linha da frente desse desafio”.
Alexandre de Juniac vincou ser “essencial” que a comunidade reguladora trabalhe com o sector “para garantir que as empresas possam operar de forma sustentável”, tentando evitar os impactos da epidemia.