A partir de 2018, a movimentação de carvão no Corredor de Nacala, ou do Norte, em Moçambique passara de oito milhões para 22 milhões de toneladas/ano, em consequência da assinatura, em Maputo, de três adendas aos contratos do Corredor Logístico do Norte (CLN) e do Corredor de Desenvolvimento de Norte (CDN).
As adendas foram assinadas pelo governo de Moçambique, representado pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, a Vale Moçambique e a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique e visam melhorar a capacidade de transporte no corredor do Norte e assegurar a viabilização dos investimentos já realizados pelas concessionárias que são superiores a três mil milhões de dólares.
Ao abrigo dos acordos, a brasileira Vale passa a ter a exclusividade no processo de obtenção de financiamentos para garantir que as operações realizadas através da linha férrea entre as minas de carvão de Moatize, na província de Tete, e o Porto de Nacala-a-Velha, em Nampula, “sejam mais eficientes e tornem as mercadorias que usarem o trajecto internacionalmente competitivas”.
Na assinatura das adendas Carlos Mesquita disse que “o acordo ultrapassa até os interesses logísticos nacionais criando condições para que toda essa logística tenha impacto na região. De modo particular para o Malawi que, de certo modo, tem uma relação de trabalho estratégica neste projecto”.
O projecto do corredor do Norte, liderado pela multinacional brasileira Vale e pelos Caminhos de Ferro de Moçambique, liga Moatize, na província de Tete, principal centro de exploração de carvão, e o porto de Nacala-a-Velha, em Nampula, atravessando o Malawi, ao longo de cerca de mil quilómetros de uma nova ferrovia entretanto construída pelo consórcio.