O contrato de concessão Corredor do Lobito, entre o governo de Angola e o consórcio Trafigura / Vecturis / Mota-Engil será assinado na próxima sexta-feira.
A Mota-.Engil está interessada em mais concessões angolanas e apostada em formar quadros locais, garantiu o presidente da Mota-Engil Africa, Manuel da Mota, no arranque da última fase das negociações para a Concessão de Serviços Ferroviários e da Logística de Suporte do Corredor do Lobito, que irão decorrer nos próximos três dias, antes da assinatura do contrato, na sexta-feira.
O ministro angolano dos Transportes, Ricardo de Abreu, por seu turno, lembrou que o projecto se iniciou há dois anos e que a primeira etapa está quase a ser finalizada, com a assinatura do contrato de concessão.
Segundo o ministro, o projecto integra na prática duas infra-estruturas diferentes, nomeadamente o terminal de minerais do Porto do Lobito e as infra-estruturas e serviços do transporte de mercadorias do Caminho-de-Ferro de Benguela.
O Corredor do Lobito compreende a infra-estrutura e operação ferroviária e portuária, numa extensão de mais de 1 200 quilómetros, que liga as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
A nível portuário, a infra-estrutura tem capacidade para a movimentação de aproximadamente 10% da carga de importação/exportação marítima do país, com uma área total de 200 mil metros quadrados e capacidade operacional para a manipulação de 3,6 milhões de toneladas por ano.
O Estado angolano realizou investimentos na ordem dos 3,2 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros) para a reabilitação do Corredor do Lobito.
O contrato prevê que o concessionário invista acima de 256 milhões de dólares (239 milhões de euros) em infra-estruturas, 73,3 milhões de dólares (68,4 milhões de euros) em equipamentos e material circulante e um valor adicional de 4,3 milhões de dólares (quatro milhões de euros) em actividades diversas.
“Com as rendas negociadas, o Estado angolano prevê arrecada (…)receitas de 319,4 milhões de dólares (298,2 milhões de euros), nos primeiros dez anos, 787,4 milhões de dólares (735,1 milhões de euros), entre o décimo primeiro e o vigésimo, e 919 milhões de dólares (858 milhões de euros), nos últimos dez anos”, segundo dados do Ministério dos Transportes.