À falta de meios de protecção face à Covid-19, os estivadores do SEAL ameaçam não trabalhar em qualquer porto do Continente e até não cumprir os serviços mínimos.
“Decidimos que, com efeitos imediatos, e enquanto se mantiverem os actuais níveis de alarme devido à Covid-19, apenas realizaremos qualquer prestação de trabalho, em qualquer porto nacional, caso estejam asseguradas aos trabalhadores as condições mínimas de segurança, higiene e saúde no trabalho”, anunciou à “Lusa” António Mariano, o presidente do sindicato.
A situação foi denunciada em carta aberta, com o sindicato a pedir a intervenção do Presidente da República e do primeiro ministro. “Escrevemos esta carta aberta em nome de todos os estivadores que representamos – e no interesse de muitos outros – para que alguém intervenha no sentido de corrigir urgentemente a situação anómala vivida nos portos portugueses face à pandemia”, justifica o SEAL.
Os estivadores exigem que seja assegurado “o controlo térmico das tripulações” e que lhes sejam distribuídas “luvas e máscaras de protecção certificadas”, e que estejam disponíveis “dispensadores de gel desinfectante em todas as instalações portuárias, locais de trabalho, escadas de portaló dos navios, pórticos de contentores e zonas sociais das empresas reservadas aos trabalhadores”.
A descontaminação de todos os equipamentos portuários antes de se iniciar a actividade dos estivadores e autorização de entrada dos veículos privativos daqueles profissionais nos terminais de grande dimensão, da Liscont e Sotagus, em Lisboa, de forma a evitar a utilização dos transportes públicos, são outras exigências.
De acordo com o SEAL, na origem desta tomada de posição está a “falta de condições adequadas de higiene, segurança e protecção da saúde nos navios e terminais portuários”, sem as quais os estivadores não aceitam continuar a trabalhar, nem mesmo no que respeita ao trabalho abrangido pelos serviços mínimos para os trabalhadores em greve no porto de Lisboa, em que se incluem as movimentações de cargas para os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
António Mriano alertou, também, para as dificuldades que podem surgir nos próximos dias com uma eventual redução drástica do número de estivadores disponíveis, inclusive para o cumprimento dos serviços mínimos no porto de Lisboa, uma vez que alguns deles poderão ter de ficar em casa a acompanhar filhos menores, devido ao encerramento das escolas.
Portugal já tem há muitos anos o vírus do SEAL e agora tem o Coronavírus, se 1 dá cabo dos portos com o 2º vamos todos à falência, comunistas e bichos são do pior.