A Hapag-Lloyd está a beneficiar da recuperação da procura, mas o CEO, Rolf Habben Jansen, avisa para os impactos de longo prazo da Covid-19 na actividade.
O líder da Hapag-Lloyd referiu, num encontro com a imprensa, que a companhia vê “uma recuperação”, que começou no decorrer do terceiro trimestre, e que deverá continuar em 2021, mas avisou que “haverá um forte efeito de longo prazo da Covid-19 na economia global, que terá um impacto no fluxo de mercadorias”.
A quinta maior companhia de transporte marítimo de contentores do mundo divulgará os resultados dos primeiros nove meses de 2020 a 13 de Novembro. A empresa duplicou o lucro líquido no primeiro semestre de 2020, altura em que manteve a previsão para o ano inteiro.
A rentabilidade da Hapag-Lloyd foi impulsionada por reduções de custos, preços de combustível mais baixos do que há um ano e recuperação da procura, especialmente nas rotas trans-Pacífico, de acordo com Habben Jansen.
A tendência de resistência à crise é comum a vários operadores de transporte marítimo de contentores, a começar pela maior companhia do mundo, a Maersk. O CEO da Hapag-Lloyd dá conta que os preços médios dos fretes no Ásia-Europa aumentaram nas últimas semanas e ficaram estáveis em outras rotas, assim como, por ora, os preços do bunker.
De salientar, porém, que as estimativas dos corretores apontam para que os volumes de transporte global decresçam 11% em 2020, o que significa que as companhias devem ajustar a capacidade para proteger as receitas, avisa Rolf Habben Jansen.