O anúncio do fim do serviço internacional de passageiros entre o Porto e a Galiza não afectará o transporte de mercadorias, garantiu a CP.
“A supressão do serviço entre Valença – Vigo – Valença é uma decisão de âmbito estritamente comercial, com implicações unicamente ao nível do transporte de passageiros”, afirmou à “Lusa” uma fonte da operadora ferroviária. “Não tem qualquer relação com o transporte de carga”, acrescentou.
A CP Carga realiza semanalmente três comboios de mercadorias pela Linha do Minho até à fronteira com Espanha, em Valença. O transporte a partir deste ponto é assegurado pela congénere espanhola.
Na ligação são transportadas cerca de mil toneladas de carga por semana, o que eleva a um total anual de 50 mil toneladas, sobretudo de madeira.
Também pela linha do Minho circulam entre Portugal e a Galiza as composições da Ibercargo, o operador ibérico controlado pela Takargo e pela Comsa Rail. Mas neste caso, sendo as locomotivas interoperáveis, não há paragem na fronteira.
A ligação a Espanha é feita através da centenária ponte metálica de Valença, que este ano assinala 125 anos, mas que a partir de domingo deixará de receber comboios de passageiros portugueses.
Em Maio passado, a Refer lançou a concurso público a empreitada de reforço daquela ponte internacional, por 6,2 milhões de euros. A obra prevê o reforço e reabilitação das fundações da ponte e deverá decorrer, depois de adjudicada, durante 365 dias.
Entretanto, a CP esclareceu, a propósito do próximo encerramento da ligação entre Valença e Vigo, que o serviço acumula um prejuízo mensal de 19 600 euros, ou 235 mil euros anuais. O total de passageiros naquele percurso ronda, ainda de acordo com a operadora, os 15 500 no ano.