O presidente da CP defendeu a reabertura da Linha do Douro entre o Pocinho e a Barca d’ Alva, e disse que o serviço poderia ser implementado rapidamente.
“Para nós, CP, a reabertura do troço da linha [do Douro] entre o Pocinho e a Barca d’ Alva é de elevada importância pela coesão territorial, que é uma das missões da empresa, mas também pelo grande potencial turístico que esta linha tem”, disse Pedro Moreira, citado pela “Lusa”.
O responsável acrescentou ainda que é preciso criar condições nesta região para a recepção de turistas, com programas diversificados, eventos e monumentos para visitar, porque o potencial é grande. “O estudo, que foi público, para a reabertura desta linha avançava que eram pelo menos necessários 250 passageiros por dia. Posso dizer que este número representa três carruagens Schindler de 2.ª classe, cheias. Se observarmos que três destas carruagens vão cheias no Verão, depressa percebemos que podemos ultrapassar claramente este número e potenciar esta região, em termos turísticos”, especificou.
Pedro Moreira acrescentou ainda que não seria necessário novo material circulante, porque o serviço de transporte de passageiros por caminho-de-ferro termina no Pocinho; era só uma questão de proceder ao alargamento deste serviço por mais 23 quilómetros. “Aqui utilizaríamos o mesmo material utilizado até à estação do Pocinho e teríamos de fazer algumas alterações às escalas das tripulações já que se trata de mais tempo de viagem. Se a linha estivesse aberta hoje, a CP poderia implementar o serviço muito rapidamente”, frisou o responsável pela CP.
Pedro Moreira falava à margem da apresentação do cartaz turístico das festividades das amendoeiras em flor, em Vila Nova de Foz Côa.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, João Paulo Sousa, disse que perante a desactivação deste troço de via-férrea [fronteiriço], tudo parava no Pocinho e deixava de haver vida daí para a frente até Barca d’Alva. “Não ficamos parados, porque temos o Museu do Coa e os Passadiços do Coa. Com o aumento do tráfego na Via Navegável do Douro (VND) é importante repensar o números de pessoas que andam por este território duriense, sendo por isso imperiosa a reabertura deste troço da Linha do Douro, para que se possa fazer circular as pessoas nesta região”, indicou o autarca social-democrata.
João Paulo Sousa acrescentou ainda que só resta, para já, aguardar até 2029 para haver uma decisão da tutela sobre a reabertura deste troço de linha férrea.
A Linha do Douro liga actualmente o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a reabertura do troço entre o Pocinho e Barca d’Alva, que foi desativado em 1988.