Transportadora encontrou inconformidades em todas as propostas recebidas, pelo que o concurso ficou deserto.
O concurso para a compra de novo material circulante para a CP foi lançado em Maio do ano passado e previa um investimento na casa dos 370 milhões de euros, que poderiam chegar aos 500 milhões caso fossem exercidas as opções de compra adicionais.
Em causa estava o fornecimento de 25 automotoras diesel para o serviço regional, avaliadas em 125 milhões de euros, 36 UME bi-tensão para a Linha de Cascais, no valor de 180 milhões de euros, oito UME para a CP Porto (40 milhões de euros) e cinco UME (25 milhões de euros) para a Linha do Sado.
As opções previstas eram para oito UME para o Porto, 15 UME para Lisboa e cinco UMD para o serviço de longo curso.
A CAF apresentou a proposta global mais barata, com um valor de 319 milhões de euros, seguida da Siemens (439 milhões) e da Bombardier (457 milhões). A Alstom apenas concorreu ao fornecimento de unidades eléctricas, com uma proposta de 239 milhões de euros (ainda assim superior à da CAF, que era de 179 milhões de euros).
As inconformidades que terão sido encontradas em todas as propostas permitem à CP afastar todos os concorrentes, na prática, cancelar o concurso, sem incorrer no pagamento de indemnizações. Isto assumindo que os concorrentes aceitarão os argumentos invocados pela transportadora.
Na verdade, porém, já poucos acreditavam que o concurso fosse para a frente, depois de o Governo ter decidido, no âmbito do PEC, reduzir o investimento e o endividamento das empresas públicas do sector.
O aluguer de automotoras à Renfe permitirá minorar alguns dos problemas. Mas a falta de material circulante, em quantidade e qualidade, tornará muito mais difícil, para não dizer impossível, à CP ganhar os 10% de passageiros que se propunha.
Os novos equipamentos deveriam entrar em operação até 2013.