A CP deverá voltar a dar lucros este ano. E o concurso das 117 automotoras deverá ficar decidido até à semana, anunciou o presidente da empresa.
Depois de, no ano passado, ter surpreendido com um resultado líquido positivo de 9,2 milhões de euros (explicado em boa parte pelas compensações das obrigações de serviço público), a CP deverá voltar a dar lucros este ano. “Na última projecção, ainda que inferior aos resultados de 2022, que foram aqueles 9,2 milhões de euros, a CP, nessas projecções, manterá os resultados positivos”, disse Pedro Moreira aos jornalistas, no decurso da viagem de apresentação da próxima temporada do Comboio Presidencial, na Linha do Douro.
De acordo com o presidente da CP, a estimativa da empresa aponta para o lucro, apesar de só ter números fechados “até Setembro, no último relatório de contas”.
“Falta-nos ainda apurar uma série de informação e uma série de projectos em que não sabemos se os custos vão cair. Esta fase do ano é especialmente complicada, há custos que podem cair este ano, há custos que podem cair no próximo ano”, explicou aos jornalistas.
Relativamente à adjudicação do concurso público para a aquisição de 117 novas automotoras, Pedro Moreira disse que poderá acontecer “entre esta semana e a próxima”.
“Tenho a informação que o relatório do júri está a ser ultimado”, disse, assegurando que ainda não tem conhecimento do documento, que será enviado ao Conselho de Administração, que decidirá.
Já relativamente à aquisição de 14 comboios de Alta Velocidade para operar na futura linha Porto – Lisboa, o presidente da CP confirmou esse número, indicando que o plano de negócios da empresa aponta para a necessidade de “pelo menos” 14 unidades.
“O que depois o concurso contempla, e é esse o nosso objetivo, é algumas unidades em opção para além dessas 14”, reconheceu Pedro Moreira, estimando que o número total de automotoras poderá rondar os 30.
A aquisição pode ser também feita faseadamente, ou seja, depois das 14 base, poder ser acionada uma cláusula de opção de compra nos formatos “seis mais quatro mais quatro” ou “quatro mais quatro mais quatro”, até rondar as 30. “É uma pequena afinação que ainda temos que fazer”, disse.
Pedro Moreira justificou a opção por mais comboios de Alta Velocidade pelas vantagens de demorar menos tempo a adquirir e ser o mesmo material circulante, poupando nos custos de manutenção de frotas diferentes.