A CP já pode operar com as carruagens Arco compradas há dois anos à Renfe. O IMT anunciou ontem a autorização que faltava.
Dois anos depois da compra e mais de um ano mais tarde que o inicialmente previsto, a CP já tem homologadas as primeiras seis das 50 carruagens adquiridas em segunda mão à Renfe, em Julho de 2021. Entrarão ao serviço na Linha do Minho.
A certificação das carruagens demorou mais que o previsto, facto justificado com a concentração do processo na Agência Europeia de Caminhos de Ferro. No comunicado ontem emitido, o IMT refere que o “pedido de autorização deu entrada no IMT, I.P. a 15/3/2022” e que a CP entregou “no passado dia 13 de Julho [anteontem] a documentação necessária para finalizar o processo de autorização”.
Um dia depois, o IMT concluiu “o processo de autorização de tipo [válido para todas as carruagens da mesma série] e das primeiras 6 carruagens Arco a entrar ao serviço de passageiros”.
Foi em Julho de 2020 que a CP anunciou a compra de 50 carruagens em segunda mão à Renfe por um total de 1,5 milhões de euros, ou 30 mil euros cada. O custo da modernização e adaptação (desde logo, a remoção do amianto, que gerou polémica) está orçado em 156 mil euros, por veículo, Contas feitas, as carruagens, agora praticamente novas, custarão cerca de 186 mil euros cada uma, contra os 1-1,5 milhões de euros que custariam novas.
A recuperação do material está a ser feita nas oficinas de Guifões. Depois de um arranque naturalmente mais complicado, as primeiras três carruagens foram “inauguradas” em Julho do ano passado. Na altura foi dito que o ritmo, a partir daí, seria de três carruagens a cada dois meses. Mas um ano volvido, a CP disporá apenas de seis (ou nove) carruagens modernizadas.
No imediato, as novas carruagens operarão na Linha do Minho, com a tracção a ser garantida por locomotivas da série 2600, também elas recuperadas da “sucata” da CP. À medida que mais carruagens fiquem prontas, também reforçarão o serviço Intercidades.