Enquanto prepara um novo contrato-programa de manutenção da frota que viabilize a prazo a EMEF, a CP prolongou até ao final do ano os contratos com a sua subsidiária a 100%.
Os prolongamentos dos oito contratos de manutenção foram ontem publicados em Diário da República. Têm um valor global de cerca de cinco milhões de euros e são válidos até ao final do ano corrente.
Com esta decisão, a operadora ferroviária garante a manutenção corrente da sua frota e ganha tempo para elaborar um novo contrato-programa com a EMEF que, afinal, continuará sendo sua propriedade por tempo indefinido.
Se tudo tivesse corrido como previsto, por esta altura a CP estaria a negociar com os novos donos da EMEF os termos dos novos contratos. Mas a privatização da empresa falhou, com o Governo a decidir não vender à Alstom (a única candidata) por causa da incerteza levantada pela queixa da Bombardier em Bruxelas por alegadas ajudas ilegais à empresa de manutenção ferroviária.
A partir daqui a CP terá de reestruturar a sua participada a 100% e, ao mesmo tempo, contratar uma solução duradoura para a manutenção da sua frota.
Recorde-se que o Tribunal de Contas recusou o visto a contratos plurianuais entre a CP e a EMEF, em pleno processo de privatização da empresa, alegando não ser correcto, em vésperas de a empresa passar para as mãos de privados (assim se pensava), adjudicações tão avultadas sem prévia consulta ao mercado.
Os referidos contratos, no valor global de 345 milhões de euros, garantiriam alguma estabilidade económico-financeira de médio prazo à EMEF. Uma solução análoga poderá agora ser retomada.