É oficial. A CP lucrou em 2024 menos 50% que em 2023, apesar de ter transportado mais 8,7% de passageiros, divulgou a operadora ferroviário no reu Relatório e Contas.
Em 2022, quando a CP se estreou nos lucros, foram 9,2 milhões de euros. Em 2023 contaram-se 3,6 milhões e em 2024 apenas 1,8 milhões de euros. A administração destaca o facto de ser o terceiro exercício consecutivo com resultados líquidos positivos.
Os lucros caíram para metade, e no entanto os passageiros transportados aumentaram 8,7% para 188,3 milhões, e os proveitos do tráfego cresceram 13,2% para 280,1 milhões de euros (e os da manutenção para terceiros 13,9% para 17 milhões).
Mas no outro prata da balança pesaram o aumento de 8,9% nos gastos operacionais (para 384,4 milhões de euros) e a quebra de 33,4% nos subsídios à exploração (onde se incluem as contrapartidas pelas obrigações de serviço público) para 105,2 milhões de euros.
Com isto, o resultado operacional afundou 67,3% para 18,6 milhões de euros e o resultado líquido ficou-se pelos 1,8 milhões.
Em 2024, a CP voltou a reduzir a dívida, de 202,6 milhões de euros para 103,6 milhões de euros, e com isso logrou “alcançar rácios de autonomia financeira positivos e cria condições favoráveis para a realização dos investimentos necessários que garantam a sustentabilidade futura da empresa”.
A actividade da operadora continuou, entretanto, a ser afectada “pelas diversas obras de modernização que estão a decorrer na infra-estrutura ferroviária”, esperando-se que “após a conclusão das mesmas existam novas condições que permitam à CP melhorar substancialmente o seu desempenho operacional”.
No ranking dos passageiros transportados, os serviços urbanos de Lisboa mantiveram a liderança destacada, com 142,3 milhões (mais 4,3% em termos homólogos), seguidos dos Urbanos do Porto (23,9 milhões, +19,7%), do Serviço Regional (15,4 milhões, +41,7%) e do Longo Curso (5,5 milhões, +6,8%).
No que toca a receitas, os Urbanos de Lisboa são ainda líderes, com 111,2 milhões de euros (+13,1%), mas o Longo Curso já vale 98,4 milhões +11,5%). Os Urbnanos do Porto registaram a maior subida (20%), para 34,2 milhões de euros, à frente do Serviço Regional, com 33,4 milhões (+13,9%).
Nos serviços de manutenção para entidades terceiras a CP facturou 17 milhões de euros. Mais de metade teve a ver com a manutenção da frota da Metro do Porto, e 19% foi relativa à manutenção para a Renfe das automotoras a diesel alugadas à CP.