A Groundforce diz que o pedido de insolvência levou fornecedores a pedirem o pagamento antecipado ou a pronto, e que a empresa “não tem condições para acorrer a todas as exigências sem pôr em risco outras responsabilidades”.
Numa comunicação aos trabalhadores, a que a “Lusa” teve acesso, o presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, diz que se começam a sentir “os primeiros impactos” do pedido para declaração de insolvência da SPdH (Groundforce), apresentado pela TAP.
“Além de uma chuva de pedidos de esclarecimento, vários [fornecedores] informaram-nos que nos suspenderiam fornecimentos adicionais excepto se a Groundforce pagasse antecipadamente ou a pronto (ou saldasse toda a dívida já vencida)”, refere o administrador e accionista maioritário da empresa de handling.
Segundo Alfredo Casimiro, “a Groundforce não tem condições no curto prazo para acorrer a todas as exigências dos seus fornecedores sem pôr em risco outras responsabilidades”.
“Assumimos um compromisso com os trabalhadores para o mês de Maio e tudo faremos para o cumprir. Não escondo que este pedido para declaração de insolvência não contribui em nada para esse objectivo porque não poderemos evitar algumas saídas de caixa para manter a operação”, acrescenta o empresário.
Na comunicação enviada hoje aos trabalhadores, Alfredo Casimiro lembra que “a Groundforce não opera sem alguns dos seus fornecedores críticos”, e, por isso, “há fornecedores para os quais não podemos de todo deixar de cumprir as exigências financeiras que nos venham a colocar (e que alguns já colocaram e tivemos que cumprir). A suspensão do respectivo fornecimento implicaria falhas na segurança ou mesmo a impossibilidade de assistir os nossos clientes”.
Para o presidente do Conselho de Administração, “é perfeitamente normal que, perante um pedido para declaração de insolvência de uma empresa, os fornecedores dessa empresa (que são credores) duvidem da sua capacidade de honrar futuras responsabilidades e cortem o fornecimento ou exijam o respectivo pagamento”.
Alfredo Casimiro considerou que “seria surpreendente […] alguém pensar que este pedido para declaração de insolvência não teria qualquer impacto, para mais com a forma pública como foi anunciado”.
Na comunicação a que a “Lusa” teve acesso, fica ainda “uma palavra de serenidade e de agradecimento” aos trabalhadores, que possibilitam que a empresa continue “a operar com absoluta normalidade”.
Na segunda-feira, a TAP requereu, na “qualidade de credora”, a insolvência da SPdH – Serviços Portugueses de Handling, S.A. (Groundforce) “junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa”, disse a companhia, em comunicado.
A transportadora justificou que o objectivo da acção passa por, “se tal for viável”, salvaguardar “a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua actividade operacional nos aeroportos portugueses”.