Os “engulhos” da/na Cadeia de Abastecimento (vamo-nos deixar disto da Supply Chain “para a frente e para trás” …) foram mais que muitos este ano de 2021.
Sim, já lá vão (quase) dois anos de pandemia e … ou é a escassez de contentores; o (brutal) aumento das matérias-primas; greves e outros constrangimentos laborais em alguns mercados e… todo o mundo está de olhos postos em 2022… meus caros, não há milagres… bem, ouvimos todos dizer que houve um há cerca de 2000 anos…
Tudo isto é ver o problema da parte de “fora”. Vejamos agora um pouco da parte de “dentro” – que evolução e preparação tecnológica fizeram (tinham feito) genericamente as nossas empresas nos primeiros nove anos desta década? Que diversificação à (cada vez menos atrativa) rede de retalho fizeram? Que preocupação e prioridade dão as empresas aos seus processos de sourcing estratégico e procurement? Que investimento fizerem nos processos de logística de entrada e saída? (não, não vou utilizar hoje termos em Inglês). Não, não sou do Restelo, mas sim, vou a caminho de velho (ou pelo menos de muito usado…).
Willy Shih, o renomado Professor de Harvard (Forbes, 22/10/2021), disse claramente (minha tradução): ”…as indústrias não vão receber muitos dos seus bens/mercadorias a tempo de responder à procura da época festiva; estes problemas poderão durar até 2023…”.
Está-se mesmo a ver o que ele queria dizer (…) e que é: “tenham cuidado com o que pedem ao “Pai Natal” J
(Dizem que) No próximo ano a economia portuguesa vai crescer cerca de 5%, mas… eu pergunto-me que “contas” são essas? 5% no valor exportado, ou em volume de bens transacionados (“caixas”, “pacotes” como diria o meu estimado Professor Crespo de Carvalho)?… É que se estamos a exportar a um preço mais elevado que no passado é natural que a nossa economia cresça em valor, mas… se isso é “la palisse” não será que…. (afinal) as nossas quotas em mercados exteriores podem/poderão estar a diminuir?
(Dizem que) No próximo ano a economia portuguesa vai crescer cerca de 5%, mas… eu pergunto-me que “contas” são essas? 5% no valor exportado, ou em volume de bens transacionados (“caixas”, “pacotes” como diria o meu estimado Professor Crespo de Carvalho)?…
Será que todas estamos a ver o que isto vai gerar? O problema não está nas compras… é que daqui a 60, 90, 120 dias vamos ter (sempre) que pagar.
Falando com o meu irmão, ele disse-me, ontem, que a ingenuidade “pulula” no nosso tecido empresarial. Encapotadas; estão encapotadas as maiores dificuldades para muitas empresas a não ser que (… parece básico não?) … façam contas!
Conhecendo (algo) bem as realidades Europeia e Africana, e porque sou português (… sim, porque o meu orgulho lusitano não ser dilui com os desafios, mas apenas com o “laxismo” com que muitas vezes os atacamos) não vislumbro no 1.º semestre de 2022 nada de muito diferente deste último trimestre do ano, isto claro desde que o “Ómicron” não se transforme em OMD (“Oh Meu Deus”).
Por último, o meu desejo de Festas Felizes a todos, com saúde e, claro, um Fantástico 2022 onde possamos recuperar de tudo o que nos tem afetado enquanto sociedade ou, pelo menos… recuperar a nossa capacidade de “fazer contas”.
Consultor Sénior Internac. & Formador Certificado em SCM, Logística e Procurement