A Crédito y Caución prevê que o crescimento do Brasil abrande até 0,2% em 2023. Em 2022, o PIB já tinha desacelerado, principalmente devido ao efeito nos investimentos de políticas mais duras por parte do Banco Central do Brasil, numa tentativa de reduzir a inflação. No entanto, o crescimento do país manteve-se numa taxa de 3% graças à força da despesa das famílias e à evolução favorável do mercado laboral.
De acordo com o Economic Outlook divulgado pela seguradora de crédito, é expectável que a evolução do consumo privado se ressinta em 2023 (0,5%) e que o investimento fixo se mantenha estagnado (-0,2%). Em 2024, o crescimento do PIB deverá voltar a crescer até aos 2,7%.
No seu conjunto, a subida das taxas de juro oficiais – actualmente estáveis nos 13,75% – conseguiu reduzir para metade a inflação homóloga anual desde que ultrapassou os 12% em Abril. A inflação subjacente mantém-se elevada, como consequência das pressões sobre a procura.
A dívida pública do Brasil representa 77% do PIB. Se o actual status quo se mantiver, esta subirá até aos 82% em 2024. Embora o Brasil necessite de implementar uma política fiscal rígida se quiser reduzir o seu índice de endividamento, espera-se que o novo Governo adote uma abordagem branda ao défice, o que provavelmente conduzirá ao seu aumento no médio prazo. O principal risco de uma política fiscal excessivamente acomodatícia é que irá alimentar a inflação e forçar o Banco Central a aplicar mais aperto monetário, o que poderá travar o crescimento económico.
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