O comércio mundial deverá crescer 1,9% este ano, longe dos 3,2% registados em 2022, prevê a Crédito y Caución no seu último Economia Outlook.
Ainda assim, o abrandamento do crescimento do comércio mundial deverá ser menos severo do que o esperado ainda há seis meses (1,5%), devido à reabertura da China e à resiliência dos Estados Unidos e da União Europeia.
“A reabertura da China não só aumentará as suas importações, como conduzirá a uma redução dos custos comerciais e das pressões sobre a cadeia de fornecimento mundial”, refere a Cédito y Caución.
Entre os factores que continuam a pesar sobre o crescimento do comércio a nível mundial, o aumento dos custos financeiros devido ao endurecimento das políticas monetárias tem um impacto particular sobre o comércio de bens de capital, cujas exportações dos Estados Unidos, Alemanha e Japão caíram nos primeiros meses deste ano.
Além disso, os fluxos de investimento directo estrangeiro estão sob pressão e após a pandemia de Covid-19 há também a assinalar que houve uma mudança na procura para os serviços, o que pesa sobre a evolução do comércio de bens.
“Esta tendência é agravada pelos aumentos dos preços da energia, que dificultam a produção em países como a Alemanha e, por último, prossegue o colapso comercial entre a União Europeia e a Rússia e, embora não haja sinais de dissociação em relação à China, verifica-se uma diminuição do seu comércio com os Estados Unidos, em especial nos setores de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)”, salienta o documento.
Se se olhar para a evolução do comércio por sector em 2022, os vencedores sectoriais no período da pandemia de Covid-19 estão agora a perder participação e vice-versa, verificando-se uma “deslocação da procura de bens para os serviços”, especialmente o turismo e os transportes, conclui.