O desvio dos navios para a Rota do Cabo, por causa da insegurança no Mar Vermelho, evitou o excesso de capacidade no transporte marítimo de contentores, concluiu a Alphaliner.
Será caso para dizer que há males que vêm por bem… A crise no Mar Vermelho obrigou ao desvio dos navios para a Rota do Cabo, tornando as viagens mais longas, mais dispendiosas e mais poluentes, mas à conta desse desvio foram utilizados mais navios e evitou-se o temido excesso de oferta de capacidade resultante da entrada no mercado de novas construções.
De acordo com a Alphaliner, no ano passado a frota mundial de navios porta-contentores cresceu 10,6% em capacidade, ou cerca de três milhões de TEU.
Cerca de 59% dessa capacidade adicional – uns 1,76 milhões de TEU – foi alocada às ligações Ásia – Europa, com isso aumentando em cerca de 31% a capacidade alocada àquele tráfego.
No entanto, a oferta de capacidade semanal apenas cresceu 8,8%, ou 38 360 TEU, precisamente porque as viagens pela Rota do Cabo ocupam mais capacidade em trânsito.
A reforçar a ideia, a Alphaliner sublinha o facto de o ano ter terminado com praticamente toda a frota de porta-contentores em operação (apenas o equivalente a 0,6% da capacidade estava inactiva).