O Conselho Europeu de Carregadores (ESC) congratula-se com a decisão europeia de lançar uma operação de segurança para manter a navegação no Mar Vermelho e no Golfo.
A crise do Mar Vermelho está a penalizar a navegação marítima, obrigando ao desvio dos navios por rotas mais longas, com consequências para o sector do shipping e, logo, para toda a economia. A crise do Mar Vermelho foi, por isso, o tema para um webinar promovido pelo Conselho Europeu de Carregadores (ESC, na sigla inglesa).
Os carregadores europeus dizem-se muito preocupados com o impacto dos ataques levados a cabo por militantes Houthi nas cadeias de abastecimento globais, no comércio internacional e na sustentabilidade. Isto porque a crise precipitou uma redução acentuada da actividade de transporte marítimo no Mar Vermelho, obrigando os navios a efectuar desvios de rota, através do Cabo da Boa Esperança, com reflexos negativos nos custos do transporte (e também nas emissões poluentes).
A propósito, Godfried Smit, secretário-geral do ESC, criticou os custos excessivos impostos pelas empresas de transporte marítimo, em resultado da crise, tendo realçado a necessidade de maior transparência e agilidade da cadeia de abastecimento.
Os participantes no webinar sublinharam a necessidade imperiosa de explorar rotas alternativas, reduzir custos e melhorar a troca de informações no sector do transporte marítimo.
Além disso, foi unânime a necessidade de abordar a crise a partir da salvaguarda da liberdade de navegação, evitando com isso aumentar os custos de navegação, com potenciais efeitos nefastos ao nível da inflação.
Por isso, o ESC aplaudiu o lançamento da EUNAVFOR ASPIDES, operação de segurança marítima defensiva promovida pela União Europeia, destinada a restabelecer e salvaguardar a liberdade de navegação na região. No encontro, Annika Kroon, em nome da Comissão Europeia, forneceu importantes dados sobre o impacto da crise ao nível da segurança.
Por outro lado, Jim Corbett (Conselho Mundial do Transporte Marítimo) sublinhou o papel fundamental dos combustíveis renováveis na descarbonização do transporte marítimo e defendeu a celebração de acordos globais para fazer face aos desafios ambientais no sector. Na mesma linha, Sofia Bournou (Business Europe) salientou a importância da coordenação e da concentração de esforços do sector para enfrentar eficazmente a actual crise.