A Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP pediu hoje ao ministro da Economia uma reunião “com carácter de urgência” para obter esclarecimentos sobre o processo de privatização da companhia aérea.
“Na qualidade de representantes de cerca de 7 000 trabalhadores, todos eles preocupados com o futuro da companhia, e dada a contribuição que esta dá à economia nacional, quer em termos de PIB, quer em termos de impostos e de Segurança Social, vimos por este meio solicitar uma reunião, com carácter de urgência”, lê-se na carta da CT a que a “Lusa” teve acesso.
Na reunião, a CT pretende que o ministro António Pires de Lima faça o “ponto de situação” e esclareça “algumas dúvidas em relação” ao processo de privatização da TAP, numa altura em que têm surgido “notícias sobre eventuais interessados” na companhia aérea.
No passado dia 16, fonte governamental disse que o Governo pediu aos assessores financeiros da privatização da TAP (Barclays Capital, BESI, Citi Bank e Crédit Suisse) uma actualização da avaliação da companhia aérea, de modo a ter em consideração os resultados da empresa referentes a 2013.
Até ao final do terceiro trimestre de 2013, e comparativamente com o mesmo período de 2012, as receitas operacionais da TAP aumentaram 2,2% para 1 863 milhões de euros e o resultado líquido passou de um prejuízo de 9,7 milhões de euros para um lucro de 8,5 milhões de euros.
No que respeita ao tráfego, a TAP anunciou a 8 de Janeiro que transportou 10,7 milhões de passageiros em 2013, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, e que a taxa de ocupação dos voos subiu de 76,8% para 79,4%.
A 15 de Janeiro, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, disse no Parlamento que o Governo aguarda um momento em que haja “suficiente ambiente competitivo” para reabrir o processo de privatização da TAP, enaltecendo o interesse “que aparentemente existe” na companhia aérea portuguesa.
A imprensa noticiou que há novos interessados na companhia aérea, entre os quais o norte-americano Frank Lorenzo, antigo accionista e presidente da Continental Airlines, e Miguel Pais do Amaral.
O Governo recusou, em Dezembro de 2012, a proposta de compra da TAP feita pelo grupo Synergy, detido pelo empresário colombiano Germán Efromovich, o único concorrente à privatização da companhia aérea nacional.
A venda está suspensa desde então e, no Orçamento do Estado para 2014 o Governo afirma que “continuará a monitorizar as condições do mercado, por forma a relançar o processo de privatização da TAP logo que estejam reunidas as condições propícias para o seu sucesso”.
No passado dia 17, o presidente da TAP disse que “não é fundamental” que a privatização da companhia aérea seja feita em 2014, porque a empresa tem um plano de negócios até 2016 “perfeitamente viável”.