Dois anos e meio volvidos sobre a sua entrada nos tráfegos Leste – Oeste, a CU Lines está de saída e com futuro incerto mesmo dentro de portas.
A alta dos fretes no Asia – Europa (e não só) atraiu a CU Lines para o deep sea, e a quebra abrupta das tarifas obrigou-a a retirar-se e poderá até fazer perigar a sua sobrevivência.
O último navio da CU Lines alinhado no Ásia – Mediterrâneo partiu do porto turco de Ambarli no passado dia 15 de Julho e deverá ser devolvido ao seu proprietário até ao próximo dia 15, pondo fim ao último serviço deep sea da companhia chinesa.
Em Junho, foi a vez de descontinuar as ligações no Trans-Pacífico depois de, em Dezembro passado, ter terminado o Ásia – Norte da Europa com que tudo começou, em Fevereiro de 2021.
A CU Lines começou como NVOCC, após o que começou a operar no intra-Ásia. Com a pandemia, a alta dos fretes e os congestionamentos nos principais hubs, a companhia aventurou-se no deep sea, com ligações porto a porto.
O próximo passo foi a contratação de navios para aumentar a frota. Aquando da tentativa de entrar em Bolsa (no início do ano passado), o objectivo anunciado era atingir os 45 navios e 160 mil TEU até 2025. Não chegou a passar dos 90 mil TEU.
O fim da pandemia, a normalização do mercado e a quebra repentina dos fretes deitou por terra os planos.
Hoje, de acordo com a Alphaliner, a CU LInes é 36.ª do mundo, com uma frota de 18 navios e cerca de 37 mil TEU e com seis navios (25 300 TEU) encomendados.
Como se esse retrocesso não bastasse, as notícias dão conta de que o presidente e co-CEO da companhia estará detido à ordem das autoridades chinesas, por motivos desconhecidos. Foi visto pela última vez em público em Abril.
A CU Lines é controlada pelo governo de Pequim.