Os custos da construção do novo aeroporto de Luanda, Angola, levantaram voo e já ultrapassam os 6,3 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros), segundo dados compilados pela “Lusa”.
A construção do novo aeroporto, no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda, iniciou-se em 2004 e tem conclusão anunciada para Abril próximo. As obras estão a cargo da empresa China International Fund Limited (CIF), contratada pelo governo angolano por 3,8 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros).
A “Lusa” noticiou há dias que só para o equipamento da infraestrutura o Estado angolano vai gastar mais 1,4 mil milhões de dólares (1,2
mil milhões de euros), tendo contratado para o efeito a empresa China National Aero-Technology International Engineering Corporation.
Também deste mês é o contrato para a construção da rede de estradas de acesso ao aeroporto, no valor de 695,1 milhões de dólares (618 milhões de euros), tendo a obra sido adjudicada à China Tiesiju Civil Engineering Group (CTCE).
Já em Dezembro de 2015, o governo angolano escolheu o consórcio da China Hyway Group Limited para construir o acesso ferroviário ao aeroporto. Neste caso, a construção e fornecimento de equipamentos para as cinco novas estações do Caminho de Ferro de Luanda (CFL) representa um investimento público de 255 milhões de dólares (226,7 milhões de euros). A que há que acrescentar a construção do respectivo ramal ferroviário, desde a actual Estação de Baía, num total de 15 quilómetros, por 162,4 milhões de dólares (144,4 milhões de euros).
O novo aeroporto é descrito como um “projecto estruturante fundamental para a concretização da estratégia do governo angolano, no que concerne ao posicionamento do país no domínio do transporte aéreo na região da África austral”.
O novo aeroporto internacional está implantado numa área de 1 324 hectares e terá duas pistas duplas com capacidade de aterragem do maior avião comercial do mundo, o Airbus A380. As pistas foram concluídas em 2015, assim como a torre de controlo, decorrendo a construção dos terminais, que segundo o governo angolano deverão receber 15 milhões de passageiros por ano.
A entrada em serviço está projectada até Junho de 2017, ano em que se realizam em Angola as terceiras eleições gerais em período de paz. Contudo, os atrasos na construção dos acessos rodoviários e ferroviários colocam em causa a concretização deste prazo.
O projecto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.