O investimento necessário para atingir os objectivos de redução das emissões do transporte marítimo até 2050 varia entre um e 1,4 biliões de dólares (901,5 mil milhões e 1,26 biliões de euros).
A análise realizada pela consultora UMAS e pela Coligação Chegar ao Zero prevê que reduzir para metade as emissões do sector do transporte marítimo entre 2030 e 2050 representa um investimento anual de 50 a 70 mil milhões de dólares (45 a 63,1 mil milhões de euros) ao longo de 20 anos.
Curiosamente, a infra-estrutura de abastecimento terrestre e a produção de novos combustíveis representaria, de acordo com os responsáveis pelo estudo, o grosso do investimento: 87%. A construção de novos navios ou a modernização da frota ficaria com apenas 13% do “bolo”.
Descarbonização total sobe fasquia
A escala de capital necessária nos próximos 30 anos significa um ciclo de investimento muito mais rápido do que aquele a que transporte marítimo está acostumado. No entanto, e embora os números sejam enormes, UMAS e Coligação Chegar ao Zero salientam ser necessário observar o contexto dos investimentos anuais em energia em todo o mundo.
“O investimento necessário deve ser visto no contexto dos investimentos globais em energia, que em 2018 totalizaram 1,85 biliões de dólares [1,67 biliões de euros]. Isso mostra que a transição verde do transporte marítimo é considerável, mas certamente está ao alcance, se forem adoptadas as medidas políticas corretas”, indica Johannah Christensen, directora-geral e chefe de projectos e programas do Fórum Marítimo Global, parceiro da Coligação Chegar ao Zero.
Se o transporte marítimo visasse a descarbonização total até 2050, isso acrescentaria mais 400 mil milhões de dólares (360,6 mil milhões de euros) ao investimento necessário, elevando o total para 1,4 a 1,9 biliões (1,26 a 1,71 biliões de euros), de acordo com o estudo.