A Devlop (ex-Maeil) está na iminência de fechar mais uma compra de uma tecnológica, e não pretende ficar por aí, avançou Hugo Duarte da Fonseca, o líder da empresa, em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
Há muito que Hugo Duarte da Fonseca tentava fazer crescer a sua (então) Maeil por aquisições e fusões. Concretizada a primeira compra no final do ano passado, o líder da (agora) Devlop parece-se ter-lhe tomado o gosto e prepara-se para fechar uma segunda compra, embora mais pequena. E tem outras em pipeline, numa estratégia em que deverá contar com o apoio de fundos de investimento, que os há interessados.
A primeira compra (que o TRANSPORTES & NEGÓCIOS antecipou em primeira mão, em Novembro passado) visou a ID4 Software, uma tecnológica instalada em Leiria, com uma dimensão semelhante e um portefólio complementar, em termos de soluções e de clientes, ao da Devlop, justifica Hugo Duarte da Fonseca.
Aumentou-se a gama de soluções (no caso, mais voltadas para a área da logística) e “ganhamos clientes de referência nacional e internacional, grandes grupos de retalho, como a Leroy Merlin ou a Auchan”, sublinha o empresário. Também se ganhou “uma parceria próxima com a Generix, um dos principais distribuidores de WMS em Portugal”, e que se junta à parceria já existente com a Cegid (ex-Primavera)
Com a integração, a Develop praticamente duplicou a equipa – são agora cerca de 50 pessoas – e o volume de negócios, para a casa dos dois milhões de euros, com um crescimento de perto de 10% em 2023. Para 2024, o objectivo é voltar a crescer 10%.
Mas no entretanto mais compras deverão acontecer. Hugo Duarte da Fonseca não dá detalhes, mas diz que uma estará iminente, tratando-se de uma empresa com soluções de nicho, “para um sector específico da logística” que, de novo, acrescentarão à oferta da Devlop. E há mais contactos em curso, assegura.
Aliás, o empresário deixa o desafio e diz-se disponível para falar com empresas interessadas em crescer. Porque a Devlop quer ser uma empresa de referência e líder no mercado. E porque a dimensão, a massa crítica é a chave para ter uma equipa de desenvolvimento capaz, uma equipa de suporte capaz, uma equipa comercial capaz, enumera, e ter visibilidade para participar em projectos de desenvolvimento, cá dentro e lá fora.
Interessados em apoiar a estratégia da Devlop não faltarão. Hugo Duarte da Fonseca diz ter recebido “várias propostas de fundos de investimento que querem acompanhar e acreditam neste projeto de consolidação. Estamos a estudar que parceiro queremos ter connosco”.
De resto, a ideia é também aproveitar os apoios públicos disponíveis, quer para a consolidação do mercado, quer para a investigação e desenvolvimento (I&D).
Com tudo isto, Hugo Duarte da Fonseca projecta, num horizonte de “três a cinco anos, atingir os cinco milhões de euros” de volume de negócios.
Será, então, o tempo de equacionar o estabelecimento de uma representação no exterior. “Nesta fase ainda é prematuro”, concede o líder da Devlop, que todavia já está activa na internacionalização, quer acompanhando clientes portugueses no exterior, quer servindo clientes estrangeiros nos seus mercados, quer participando em projectos internacionais.