O primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML) classifica de péssimo o desempenho da Alsa Todi nos cinco meses em que opera o lote 4 da Carris Metropolitana, na península de Setúbal.
“A avaliação que fazemos da Alsa Todi é má, é péssima. E faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para serem responsabilizados por esta apreciação que temos. Não é uma apreciação de impressões; é quantitativa, é de avaliação concreta”, disse, na sexta-feira, Carlos Humberto, ouvido em sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Setúbal.
Confrontado com as queixas de munícipes que marcaram presença na assembleia municipal e dos eleitos dos diferentes partidos políticos representados naquele órgão, Carlos Humberto reconheceu que grande parte dos problemas da Alsa Todi, que iniciou a actividade no lote 4 da Carris Metropolitana (que abrange os concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal) no passado mês de Junho, resultam da “dificuldade na contratação de motoristas”.
Carlos Humberto disse tratar-se de um problema que está a afectar grande parte das empresas de transportes rodoviários de toda a Área Metropolitana de Lisboa, senão mesmo de todo o país, devido à falta de mão-de-obra especializada para o sector.
“Não é por acaso que as empresas da margem Norte estão a ir buscar centenas de pessoas fora do país, para fazerem a operação [de transporte público de passageiros da Carris Metropolitana] que se iniciará em Janeiro”, justificou.
Carlos Humberto assegurou, no entanto, que, a par das preocupações com a melhoria operacional da Alsa Todi, a AML não deixará também de responsabilizar a empresa pelas muitas falhas que têm sido detectadas na prestação do serviço contratualizado.
“Na relação com as empresas que ganharam o concurso, nós temos uma posição que é não afastarmos nenhuma das possibilidades que legalmente estão garantidas. E estão garantidas todas aquelas que os senhores deputados municipais aqui referiram – as penalizações ou um novo concurso público. Mas não me peçam que diga aqui na Assembleia Municipal qual é a solução, das várias estão a ser acompanhadas, que vamos aplicar, por razões formais, jurídicas, etc.”, acrescentou.
Na sessão extraordinária da Assembleia Municipal também esteve presente o presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), Faustino Gomes.