A introdução de navios de maiores dimensões nos serviços que passarão pelo “novo” Canal do Panamá acontecerá de forma lenta e gradual. Pelo menos até Abril de 2017, quando se fará o realinhamento das grandes alianças de transporte marítimo de contentores, prevê a Drewry.
Segundo a consultora, a dimensão média das embarcações no Canal aumentará 25% em Julho, para 5 900 TEU. Apesar disso, aquele valor médio estará muito abaixo dos navios de 13 000/14 000 TEU de capacidade que a estrutura pode receber após o alargamento.
Também os volumes de tráfego justificam a mudança lenta do perfil dos navios no Canal do Panamá, acrescenta Drewry. É que, se no primeiro trimestre de 2016, os tráfegos entre a Ásia e a Costa Oeste cresceram 6% face ao ano passado, as cargas destinadas à Costa Leste aumentaram apenas 1% no mesmo período. Este cenário inverte a tendência de 2015, quando a Costa Lste cresceu 16% e a Oeste caiu 2% – em boa medida devido às greves então verificadas.
Além disso, as limitações das infra-estruturas portuárias justificarão, de igual modo, um adiamento do alinhamento de navios de maiores dimensões. O porto de Nova Iorque, por exemplo, ainda tem em curso o projecto de elevação da ponte de Bayonne. A obra só termina em 2019 e até lá o acesso ao porto estará limitado a navios com até 13 000 TEU precedentes da Ásia.
O “novo” Canal do Panamá será inaugurado no próximo dia 26, com a passagem do Andronikos, porta-contentores neo-Panamax de 9 400 TEU da COSCO.