O acordo de comércio livre entre os EUA e vários países do Pacífico (TPP) deverá levar ao crescimento do tráfego de contentores entre os países envolvidos, antecipa a Drewry. Mas a sua concretização não é ainda garantida, avisa.
A consultora britânica dá como exemplo do potencial do TPP o que se verificou na sequência de acordos semelhantes, como aquele que liga a China e os países da ASEAN desde 2005. O ritmo de crescimento das trocas comerciais entre aqueles parceiros cresceu de 17%, nos dez anos anteriores, para 19% depois do acordo (ao passo que a média mundial passou de 17% para 13% nos mesmos períodos).
A Drewry sublinha, porém, que os resultados do acordo China-ASEAN só começaram a sentir-se verdadeiramente a partir de 2009, quatro anos depois da assinatura.
O acordo TPP (de Trans-Pacific Partnership) foi assinado no passado dia 5 pelos governos de 12 países (EAU, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, México, Peru, Chile, Japão, Vietname, Malásia, Singapura e Brunei). É visto com uma forma de estabelecer um bloco comercial para fazer frente ao domínio regional da China e foi apresentado como um acordo para reduzir taxas, regulamentar o comércio, prevenir o tráfico e defender o ambiente, podendo assim ser responsável por grandes mudanças a nível geopolítico.
Porém, o acordo TPP terá de ser ainda ratificado pelos respetivos parlamentos dos países signatários para poder entrar em vigor.
Nos EUA, já se sabe, a Administração Obama não aprovará o TTP sem oposição, pois há várias personalidades a questionarem a sua validade, desde logo Hillary Clinton, que pretende ser a candidata do Partido Democrata às presidenciais americanas de 2016.
Ainda assim, a Drewry sublinha que os acordos de comércio livre (GATT, OMC,…) são em boa parte responsáveis pelo crescimento do tráfego de mercadorias (em particular, o tráfego marítimo) pelo que investir no shipping e nos portos dos países envolvidos pode revelar-se uma opção prudente… no médio prazo.