Desde 1 de Maio, os navios que naveguem no Mediterrâneo estão sujeitos aos novos limites de emissões de enxofre impostos pela ECA.
O Mediterrâneo tornou-se, assim, a mais recente ECA (Área de Controlo de Emissões de Enxofre), o que obrigará a mudanças nos operadores e nos portos de escala.
Na prática, o teor de enxofre nas emissões gasosas dos navios não pode agora ultrapassar os 0,1%, muito abaixo dos 0,5% permitidos até agora e que continuam a vigorar fora das ECA (por exemplo, na costa portuguesa).
Para lidar com o novo contexto, os operadores de transporte marítimo têm de de utilizar combustíveis de baixo teor de enxofre (casos do VLSFO ou do gasóleo marítimo), tendencialmente mais caros, ou investir na instalação de scrubbers para “limpar” os gases expelidos. Os portos de escala, por seu turno, têm de adaptar a sua oferta de combustíveis e decidir se aceitam, ou não, a utilização de scrubbers.
No imediato, o impacto da ECA do Mediterrâneo será, de algum modo, limitado por força do desvio do tráfego de contentores Leste-Oeste para a rota do Cabo, devido à instabilidade no Mar Vermelho.
A partir daqui, recorde-se, fica apenas a faltar a ECA do Atlântico para impôr a redução das emissões de enxofre nas costas europeias. A criação da ECA do Atlântico Nordeste (um projecto liderado por Portugal) foi recentemente aprovada e deverá entrar em vigor até 2027.