A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, considerou serem “boas notícias” que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ao futuro terminal de contentores do Barreiro defenda a continuidade do projecto, mas reafirmou que só avançará com investimento privado.
“Temos boas notícias relativamente ao novo terminal do Barreiro porque a avaliação de impacto ambiental, que agora avança para uma nova fase, tem bons resultados”, sublinhou a governante, quando questionado pelos jornalistas acerca do processo, durante a visita às obras do novo terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, em Lisboa.
O EIA, que estará em consulta pública até 16 de Junho, analisa a localização do novo terminal de contentores avançando para o rio a partir da frente ribeirinha no território do Parque Empresarial da Baía do Tejo, no concelho do Barreiro (distrito de Setúbal), e defende um “balanço favorável à prossecução do projecto”, referindo que os impactos positivos “parecem contrabalançar os aspectos mais negativos”.
A ministra do Mar acrescentou que tudo aponta para que o projecto tenha sustentabilidade financeira, económica e ambiental, mas a sua viabilidade e execução dependem do aparecimento de investidores privados.
“Se houver concurso, se houver interessados e um ganhador desse concurso será um investimento privado e não público. Se houver concurso e se se avançar para esse investimento, será um investimento privado e será porque existe sustentabilidade financeira desse projecto”, frisou Ana Paula Vitorino.
A primeira fase do novo terminal representará um investimento privado de 400 milhões de euros, para uma área de 41 hectares, e um cais de 796 metros, com capacidade para um milhão de TEU/ano. A segunda fase prevê um aumento do cais para cerca de 1 500 metros, com uma capacidade para dois milhões de TEU por ano.
O EIA analisou duas hipóteses de configuração para a estrutura de acostagem (em aterro e sobre estacas) e também duas soluções para os canais de acesso.
Sobre as dragagens, o estudo refere que em qualquer solução serão sempre muito significativas, entre os 23 e os 25 milhões de metros cúbicos, em que parte serão utilizados para a construção do terrapleno portuário. Anualmente, as dragagens poderão movimentar em torno de dois milhões de toneladas de sedimentos.
O EIA refere ainda que os componentes a dragar são, na maioria, de componente arenosa, e “sem contaminação química relevante”, com excepção para dois pontos isolados que serão “controlados com relativa facilidade”.
Ao nível dos postos de trabalho, é avançado no estudo que na fase de construção possa envolver entre 300 a 500 trabalhadores, enquanto na fase de exploração deve criar 550 postos de trabalho, 100 nos serviços de apoio e 450 de serviço no terminal.