Os armadores internacionais com navios registados em Portugal reunidos na EISAP aplaudem a integração do sector marítimo no esquema de comércio de emissões da UE e esperam que a IMO avance com medidas globais.
Na semana passada, o Parlamento Europeu votou a introdução do transporte marítimo no ETS (Esquema Europeu de Comércio de Emissões), já a partir do próximo ano.
Em comunicado enviado ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, a EISAP sublinha a relevância da medida. “A tendência mundial é para uma maior fiabilidade e transparência, também no transporte marítimo. Por conseguinte, a União Europeia está a avançar e bem”.
A partir daqui, sustentam os armadores internacionais com navios registados em Portugal, “os olhos estão agora virados para a Internacional Maritime Organization (IMO), que deve estabelecer mecanismos globais”. Porque, “só uma abordagem global pode tornar a navegação mundial mais amiga do ambiente” e garantir “a igualdade competitiva entre os armadores dos diferentes hemisférios”.
Nesse contexto, a EISAP apela ao “governo português para lutar na IMO por essa solução global”, acrescenta o comunicado.
O comércio de emissões aplicar-se-á no imediato apenas a navios de mercadorias e de passageiros com mais de 5 000 toneladas de arqueação bruta, e nos primeiros três anos, até 2027, apenas e parte das emissões. Finto esse período de transição, os armadores terão de pagar por 100% das emissões de CO2 no transporte intra-UE e por 50% das emissões nas viagens de/para os portos europeus.
A EISAP lembra que já hoje as emissões de CO2 da indústria marítima devem ser comunicadas à EMSA, e que “a partir de 2026, também outros gases com efeito de estufa como o Metano e o Óxido de Nitrilo serão abrangidos pelo âmbito de aplicação da nova legislação”.