Em Espanha, a Adif, a Azvi e a Tria concluíram a segunda fase de teste do eixo telescópico para vagões de mercadorias. Faltam agora 150 mil quilómetros para a homologação.
Até ao momento, o eixo OGI, como é denominado, já percorreu mais de 100 mil quilómetros. Nas últimas semanas contaram-se cerca de 50 mil quilómetros, em bitola ibérica (cerca de 40 mil quilómetros) e em bitola europeia (cerca de 11 mil), com a carga máxima e à velocidade máxima permitidas gestora da infra-estrutura espanhola.
Ao mesmo tempo prosseguiram os testes de mudança de bitola no intercambiador construído para o efeito em Albacete.
A próxima, terceira e última, etapa consistirá na realização de mais 150 mil quilómetros, em ambas as bitolas, sempre à velocidade limite e com a carga máxima.
A utilização de eixos telescópicos permite a circulação dos comboios indistintamente nas linhas de bitola ibérica ou europeia, sem necessidade de paragens ou de troca de rodados. A mudança de bitola é feita a velocidade reduzida sobre um intercambiador, que ajusta a largura dos rodados à distância entre os carris.
A solução há muito que é aplicada em composições de passageiros, mas durante muito tempo pensou-se ser impraticável nas mercadorias, por causa do peso.
Uma generalização dos eixos telescópicos resolveria a dificuldade dos comboios de mercadorias transitarem entre a Península Ibérica e o resto da Europa. Mas também permitiria, em Espanha, a utilização indistinta das duas redes – de Alta Velocidade, europeia, e convencional, ibérica – para o transporte de mercadorias.