A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê lançar nas próximas semanas as empreitadas para a electrificação dos troços Tunes/Lagos e Faro/Vila Real de Santo António da Linha do Algarve.
No Dia da Cidade de Faro, o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, anunciou para breve o arranque das obras para a electrificação da Linha do Algarve.
“Estamos à espera apenas das últimas autorizações. Os projectos de execução e o processo de avaliação ambiental Faro/Vila Real de Santo António estão concluídos, enquanto a avaliação ambiental do troço Tunes/Lagos está em fase de conclusão”, disse Carlos Fernandes aos jornalistas.
As empreitadas para a electrificação da totalidade da linha no distrito de Faro têm um valor global de 65 milhões de euros, comparticipado em 75% por fundos comunitários, e inserem-se no Plano de Investimentos da Ferrovia 2020.
De acordo com o responsável da IP, a electrificação dos dois troços ferroviários “vai permitir a modernização da Linha do Algarve, com a automatização de todas as passagens de nível e a supressão de duas”.
“Será um passo importante para a requalificação do sistema ferroviário do Algarve que permitirá à CP utilizar comboios mais novos, modernos, confortáveis e mais rápidos”, sublinhou.
Carlos Fernandes disse estimar que com a electrificação de toda a linha e com o novo material circulante “exista uma economia de tempo entre os 25 e os 30 minutos na ligação Vila Real de Santo António/Lagos”.
O vice-presidente da IP disse também que a empresa propôs ao Governo “uma melhoria significativa” da ligação ferroviária entre Lisboa e Faro, “um projecto que permite um conjunto de variantes à linha actual na zona da serra, com uma redução de tempo” na ligação entre as duas cidades.
Segundo Carlos Fernandes, a proposta para melhorar a ligação Lisboa/Faro foi feita ao Governo no âmbito do Plano Nacional de Infraestruturas, com “mais de 100 milhões de euros para a próxima década”.
O responsável acrescentou que se encontra também “em discussão um projecto da nova travessia ferroviária em Lisboa, que esteve prevista há alguns anos e que está colocada no Plano Nacional de infraestruturas, investimento que por si só permite ganhar cerca de meia hora entre Faro e Lisboa”.
“Gostaríamos que estes dois projectos arrancassem, ou seja, tivessem a aprovação do Plano Nacional de Infraestruturas, porque juntos poderão tirar cerca de uma hora na ligação entre Lisboa e Faro”, sublinhou.
Segundo Carlos Fernandes, com as duas intervenções estaria em causa um objectivo de duas horas na ligação Lisboa/Algarve, “contribuindo para um sistema ferroviário com outro nível de competitividade”.
A Electrificação e modernização da Linha do Algarve faz todo o sentido e só peca por tardia. Mas isso não é da responsabilidade da IP. A construção da TTT, adiada durante 130 anos (desde 1889, mais concretamente) e com capacidade para permitir a passagem de comboios de mercadorias de 750m, será uma enorme mais valia para redução do tempo das viagens, libertação de slots em percursos já saturados e criação de um eixo ferroviário eficiente na ligação entre a Linha do Norte e as do Sul, Alentejo e Europa. Fica ainda por anunciar a construção da Plataforma Logística do Poceirão, Porto Seco e Nó Ferroviário fundamental para uma interligação eficiente dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines ao Corredor Atlântico Sul e à Rede Transeuropeia de Plataformas Logísticas.