Quatro anos depois de ter desistido da fusão com a Embraer, a Boeing acordou indemnizar a fabricante aeronáutica brasileira em 150 milhões de dólares.
Numa comunicação aos accionistas, citada pela “Lusa”, a Embraer deu conta da conclusão do processo de arbitragem pendente com a Boeing, com uma decisão em favor de um acordo “celebrado recentemente entre as partes, [no qual] a Boeing irá pagar o valor bruto de USD 150 milhões para a Embraer”.
A Boeing também confirmou o fim do processo de arbitragem com a Embraer. “Estamos satisfeitos por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira”, disse a construtora norte-americana.
Foi em Julho de 2018 que a Boeing e a Embraer anunciaram um acordo de fusão da área de aviação comercial das duas empresas e a criação de uma joint-venture avaliada à época em 4,2 mil milhões de dólares, da qual a fabricante norte-americana assumiria o controlo, com 80% do capital, e a fabricante brasileira ficaria com 20% do capital.
O processo conheceu avanços e recuos até que em Janeiro de 2020 o governo brasileiro aprovou o negócio. Mas em Abril desse ano foi a Boeing a anunciar a desistência da fusão, alegando incumprimento da parte brasileira.
A Embraer não se conformou com a decisão da Boeing e recorreu a um processo arbitral, reclamando ser compensado pelo investimento feito para separar os departamentos que ficariam com a nova empresa e o fabrico de aeronaves, das divisões de defesa e aviação executiva, que seriam mantidas sob controlo da fabricante brasileira.
A Embraer é fabricante e líder mundial de aeronaves comerciais com até 150 lugares.
A empresa brasileira mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras actividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.
Em Portugal, a Embraer detém 65% do capital da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca.