As companhias marítimas poderão ter de pagar pelas suas emissões de GEE nas viagens internacionais a partir de 2028. A decisão é esperada já em Abril.
A proposta de taxar as emissões de GEE do shipping parte da própria indústria, representada pela International Chamber of Shipping (ICS), e reúne o apoio de 47 países, entre os quais grandes armadores, casos da Grécia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido, grandes estados de bandeira (Bahamas, Libéria, Ilhas Marshall, Panamá), todos os estados-membros da UE (e a própria Comissão Europeia), países de África, das Caraíbas e do Pacífico.
O objectivo da taxa será compensar a diferença existente entre os preços dos combustíveis com emissões de GEE zero/quase zero (metanol verde, amónia, hidrogénmio) e os dos combustíveis marítimos internacionais. E com isso intensificar a adopção mais rápida de combustíveis verdes.
A taxa será cobrada por tonelada de CO2 emitida e as receitas alimentarão um “Fundo de Implementação da Estratégia de GEE da IMO”, que apoiará a produção e difusão de combustíveis zero/quase zero e os esforços de redução das emissões de GEE do shipping em países em desenvolvimento.
A proposta será já apresentada já numa próxima reunião da IMO prevista para Fevereiro. Se for aprovada em Abril, poderá entrar em vigor no início de 2027, com a cobrança efectiva a partir de 2028.
“O texto conjunto apresentado por esta ampla coligação é uma solução pragmática e a maneira mais eficaz de incentivar uma rápida transição energética no transporte marítimo para atingir a meta acordada da IMO de emissões líquidas zero até ou perto de 2050. Estamos muito satisfeitos que um grupo tão grande e diversificado de nações apoie firmemente uma abordagem comum para a taxação do carbono marítimo. Este texto conjunto proposto é amplamente baseado em ideias que a ICS vem defendendo nos últimos dez anos”, sublinhou, citado em comunicado de imprensa, o secretário geral da ICS, Guy Platten.