Os empresários da região Centro querem melhorias nos portos; Aveiro e da Figueira da Foz estão a melhorar a sua capacidade de resposta, e para isso contam também com a ferrovia.
Empresários do Centro (representados por dirigentes da NERLEI, AIDA-CCI, CEFAMOL, ACIFF e ABIMOTA) e operadores de logística e transportes (APAT, Ellerman City Liners, Wec Lines e APEF) estiveram, ontem, frente a frente, no Luso, para debaterem como os portos (e a ferrovia) podem servir de alavanca à economia regional. A iniciativa foi do TRANSPORTES & NEGÓCIOS e dos portos de Aveiro e Figueira da Foz, com o apoio da Câmara Municipal da Mealhada.
No final, ficou a sensação de que o transporte rodoviário é ainda o modo preferido para o escoamento das exportações da região, seja pela proximidade geográfica aos mercados de destino, seja pela flexibilidade e maior oferta, seja pelo preço, seja pela falta de alternativas. Mas notou-se também alguma disponibilidade para testar outras soluções, nos casos em que tal se mostre viável, e daí os apelos a investimentos nas infra-estruturas portuárias (desde logo, para permitir o acesso de mais e maiores navios) e ao aumento da oferta de serviços marítimos.
Sintomáticos do espírito de abertura da parte dos empresários e dirigentes associativos foram o reconhecimento de que cada vez mais clientes se dispõem a pagar mais para diminuirem a pegada de carbono, e a estranheza até pela dificuldade em retirar da estrada grandes volumes de cargas com origens e destinos comuns.
Os operadores logísticos e de transportes alinharam na reclamação de melhorias nos portos (sobretudo na melhoria das acessibilidades marítimas à Figueira da Foz, há muito prometida) e na ferrovia (desde logo, com a necessária reactivação da Linha da Beira Alta, e com a manutenção de condições concorrenciais face às rodovia). Mas também fizeram questão de sublinhar que não será por falta de soluções que os transportes não se realizarão… assim haja cargas.
Consensual foi o reconhecimento das melhorias já realizadas nos portos de Aveiro e da Figueira da Foz, e bem assim a constatação da capacidade de expansão existente, e a crescente abertura ao hinterland e à intermodalidade, de que é exemplo a aposta na ferrovia e, no caso de Aveiro, o projectado terminal intermodal.
Prova disso foi também o protocolo assinado, no decorrer da sessão, entre os portos de Aveiro e da Figueira da Foz e a Câmara da Mealhada para o estudo da implantação de uma plataforma logística intermodal na Pampilhosa.
Do potencial económico da região Centro falaram Isabel Damasceno, presidente da CCDR, e Luís Rebelo de Sousa, administrador da aicep Portugal, com a primeira a lembrar um estudo da OCDE que concluiu pela importância dos portos e da ferrovia para reduzir os custos de contexto e favorecer a competitividade das empresas da região, e o segundo a destacar, entre outros indicadores, o crescimento de 8% das exportações da região. no ano passado, e a existência ali de perto de cinco mil empresas exportadoras. Miguel Cruz, presidente da IP, traçou o quadro dos investimentos em infra-estruturas rodo e ferroviárias.
O ministro das Infraestruturas esteve na abertura do seminário e destacou a importância do trabalho em rede para vencer os desafios e aproveitar as oportunidades que se colocam com a evolução em domínios como os da energia e dos dados, com investimentos projectados para a generalidade dos portos.
Os presidentes das comunidades portuárias de Aveiro e da Figueira da Foz e o presidente do IMT encerraram a sessão.