No final de 2017, as encomendas de novos navios a estaleiros totalizaram 3 158 embarcações, com um agregado de 196,9 milhões de toneladas DWT. Ou seja, ficaram abaixo dos 200 milhões de DWT pela primeira vez desde 2004, de acordo com os dados da Clarksons Research.
Ao longo de 2017, foram colocadas 902 novas encomendas, com um total 72,8 milhões de DWT. A Clarskons dá conta que foi apenas o terceiro ano nos últimos 20 em que foram registadas menos de mil novas encomendas.
Os navios graneleiros foram, com 286 encomendas novas, o segmento mais procurado no ano passado, seguidos pelos navios-tanque, que aumentaram para 271 embarcações. Os porta-contentores registaram 108 unidades encomendadas.
Os navios de transporte de gás e plataformas off-shore “em forma de navio” registaram, respectivamente, 39 e 37 novas encomendas em 2017, segundo os dados da Clarksons.
A produção total dos estaleiros atingiu 97 milhões de DWT, embora o equivalente a cerca de 30% da capacidade prevista na carteira de encomendas no início de 2017 não tenha sido entregue.
A consultora prevê que as entregas caiam cerca de 20% em termos de tonelagem em 2018.
Os estaleiros chineses conquistaram o trono em 2017, tendo ganho a maior quota de encomendas no ano passado, totalizando 9,2 milhões de CGT (arqueação bruta compensada).
Já os construtores navais sul-coreanos melhoraram do mínimo histórico de 2016, mas ficaram-se pelos 6,4 milhões CGT. Quanto aos estaleiros japoneses, as encomendas atingiram dois milhões de CGT no ano passado.
Quanto aos estaleiros europeus, continuaram a colher frutos do forte apetite da indústria de cruzeiros por novas embarcações, que representaram 38% do investimento estimado global em contratos em 2017 em termos de valor. Não obstante, os estaleiros que operam fora do sector de cruzeiros passaram por dificuldades.
Frota mundial cresceu 3,3%
No que concerne a desmantelamentos, a actividade em 2017 baixou 21% em termos de tonelagem para um total de 35,2 milhões de DWT.
Isso deixou, segundo a Clarksons, o crescimento global da frota relativamente estável em 3,3%, um pouco mais rápido que no ano anterior, mas muito abaixo dos níveis anteriores a 2015.
A frota mundial total ficou em 1 924 milhões de DTW no final do ano, com o crescimento da frota sustentado pelos segmentos de transporte de gás e petroleiros.