No final de Setembro, as encomendas de porta-contentores equivaliam a 29% da frota mundial em operação, em termos de capacidade, calcula a Alphaliner.
Apesar do abrandamento da procura, do aumento da oferta e da forte depreciação dos preços dos fretes, os principais operadores de transporte marítimo de contentores não dão sinais de aliviar as encomendas de novas unidades.
Nos primeiros nove meses do ano corrente, a Alphaliner contabilizou encomendas de 187 novos navios, com uma capacidade agregada de 1,75 milhões de TEU.
Com isso, a carteira de encomendas global do sector atingiu, no final de Setembro, os 7,88 milhões de TEU, ou cerca de 29% da capacidade actual em operação, calculada pela consultora em 27,5 milhões de TEU.
A campeã das encomendas em 2023 é a CMA CGM, com mais de 500 mil TEU contratados só este ano (e já soma mais de 1,2 milhões de TEU em carteira), seguida pela Evergreen, que encomendou o equivalente a perto de 400 mil TEU. Curiosamente, os responsáveis da companhia de Taiwan já admitiram que terão ido longe de mais nas encomendas, considerando a situação actual e a previsível evolução do mercado.
No terceiro lugar do ranking de encomendas de 2023 surge a MSC (que foi quem mais cresceu em 2022), ainda acima dos 200 mil TEU, à frente da ONE, com mais de 100 mil TEU encomendados.
Seguem-se a HMM, a Yang Ming, a COSCO e a Maersk, todas com menos de 100 mil TEU contratados no ano corrente.
Ainda de acordo com a Alphaliner, a esmagadora maioria dos navios contratados nos primeiros nove meses do ano corresponde a unidades alimentadas a combustíveis alternativos. Só a ONE não encomendou nenhum navio com tais características.
O metanol é, agora, a escolha preferencial dos armadores, correspondendo a 100% das encomendas da Evergreen, HMM e a Maersk e a sendo já maioritário no caso da CMA CGM.
A mesma CMA CGM mantém, ainda assim, uma forte aposta no GNL, que é ainda a escolha única para a MSC e a Yang Ming.
Olhando para a frota de porta-contentores em operação, a MSC aproxima-se a passos largos dos 20% de quota de mercado (em termos de capacidade), distanciando-se cada vez mais da Maersk, que se fica já pelos 14,5%.
De resto, o segundo lugar da ex-número um mundial está sob ameaça da CMA CGM, actual número três, se se adicionar a capacidade encomendada à capacidade operada por ambas as companhias (e sem considerar eventuais substituições de navios).