A carteira de encomendas de porta-contentores é maior que nunca e quase todos os navios serão entregues até 2029, com um pico em 2027.
2024 terminou com encomendas de navios porta-contentores com uma capacidade agregada de 8,3 milhões de TEU. Um recorde que supera o anterior máximo de 7,8 milhões de TEU fixado, precisamente, em 2023.
Só no ano passado foram encomendados navios equivalentes a 4,4 milhões de TEU, apesar de terem entrado no mercado mais 2,2 milhões de TEU.
Os navios de mais de 8 000 TEU representam 92% das encomendas, assinala o analista chefe da BIMCO, Niels Rasmussen. “O maior segmento, 12-17 mil TEU, representa 46% da capacidade da carteira de encomendas”, acrescenta.
Ainda de acordo com o analista, 99% dos navios encomendados têm entregas previstas até 2029. 2027 será o ano de maior concentração de novos navios a entrar no mercado, num total de 2,2 milhões de TEU.
Apesar do crescimento da frota mundial de porta-contentores com a adição de novas unidades saídas dos estaleiros, a BIMCO assinala qua a idade média da frota aumentou 1,4 anos nos últimos cinco anos, com 11% da frota a contar 20 ou mais anos de idade.
Uma explicação para o facto terá a ver com o aumento da procura de transporte marítimo de contentores, que desencoraja o desmantelamento dos navios mais antigos.
A situação deverá manter-se no futuro próximo, calcula Niels Rasmussen, desde logo pelos efeitos da continuada crise no Mar Vermelho.
O crescimento da procura por novos navios porta-contentores está a beneficiar essencialmente os estaleiros chineses, que já concentram 72% das encomendas, contra apenas 22% dos sul-coreanos e 5% dos japoneses.